Liga dos Estados Árabes participa do G20 no Brasil

Na terça-feira, 19 de novembro de 2024, a delegação da Liga dos Estados Árabes, chefiada pelo secretário-geral da Liga, Ahmed Aboul Gheit, concluiu a primeira participação da organização nos trabalhos da cúpula do G20, que foi realizada durante dois dias, 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, no Brasil, sob o título “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, com a participação de chefes de estado e de governo do G20, estados membros e um grande número de países, organizações e organismos internacionais.

Em entrevista à ANBA ao final da cúpula, o secretário-geral disse: “Estou feliz que a Liga esteja participando pela primeira vez dos trabalhos da cúpula deste grupo internacional extremamente importante, especialmente em termos da diversidade dos seus membros, da sua abertura às diversas tendências internacionais e do seu interesse em questões de combate à pobreza e ao desenvolvimento”.

Quanto ao convite dirigido à Liga pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para participar na reunião de cúpula e convidando-a a aderir à sua iniciativa, o secretário-geral afirmou o apoio da Liga dos Estados Árabes e o seu desejo de aderir à iniciativa brasileira de estabelecer a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, acreditando na necessidade de fortalecer todos os esforços que se combinam para enfrentar múltiplas crises e desafios globais, incluindo o aumento das taxas de pobreza extrema e fome.

Neste contexto, o secretário-geral abordou a situação em Gaza e no Líbano e as repercussões da contínua agressão de Israel. Salientando que as práticas de Israel e a guerra sangrenta que está a travar contra os civis na Palestina e no Líbano aumentam a propagação da fome e as taxas de pobreza extrema.

Aboul Gheit também expressou apreço e gratidão pelo convite da Liga dos Estados Árabes para participar pela primeira vez dos trabalhos da cúpula do G20 e considerou este convite o culminar de uma longa história de cooperação e relações distintas entre a Liga e o Brasil em vários domínios, elogiando da melhor forma possível a boa organização dos trabalhos da cúpula.

Por outro lado, o secretário-geral adjunto da Liga dos Estados Árabes, o embaixador Hossam Zaki, falou à ANBA sobre a importância de participar neste importante evento global e sobre a disponibilidade da Liga em apoiar as iniciativas desta cúpula através das distintas relações de cooperação internacional que tem com outros países e organizações internacionais como a União Africana e a União Europeia.

Zaki destacou os resultados desta cúpula, especialmente a iniciativa brasileira de estabelecer a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. O secretário-geral adjunto acrescentou que haverá maiores contribuições para a Liga neste grupo, especialmente no próximo ano, em que a África do Sul presidirá o grupo e sediará a cúpula de 2025. O embaixador Hossam Zaki também estendeu os seus sinceros agradecimentos à Câmara de Comércio Árabe Brasileira pela participação e apoio.

Primeira participação da Liga Árabe
O chefe da missão da Liga Árabe no Brasil, embaixador Qais Shqair, também falou à ANBA, expressando sua felicidade pelo convite da Liga para participar pela primeira vez dos trabalhos desta cúpula. “Sinto-me orgulhoso, como chefe da delegação da Liga no Brasil, de participar da cúpula do G20 no Rio de Janeiro.”

Quanto à importância da participação da Liga nesta cúpula, Shqair disse: “A importância da participação da Liga vem reforçar a sua presença nos fóruns de cooperação internacional, sendo o mais proeminente este fórum, para o qual a Liga dos Estados Árabes assume o papel e o estatuto que merece, pois representa 22 países e é a mais antiga organização regional internacional”. A Liga foi convidada a participar como convidada e começou a trabalhar com a África do Sul, o próximo presidente da cúpula, em 2025, para que se torne membro observador.

O embaixador da Liga Árabe também destacou a relação da entidade e da embaixada com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira dizendo: “Estamos orgulhosos da contribuição da Câmara como parceira permanente do Conselho de Embaixadores Árabes no Brasil e da missão da Liga. Em diversos eventos, através de sua expertise na área econômica e de sua experiência no Brasil por mais de sete décadas de cooperação bilateral e multilateral com países árabes e diversos países do mundo nas áreas econômica e cultural”.

O assessor de Relações Institucionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Bassel Abou Latif, acompanhou a delegação da Liga Árabe durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. “É sempre motivo de orgulho para a Câmara de Comércio Árabe Brasileira apoiar atividades e eventos importantes entre o Brasil e o mundo árabe. A histórica cúpula do G20 no Brasil aconteceu ao lado da delegação da Liga Árabe chefiada pelo secretário-geral Ahmed Aboul Gheit, para acrescentar uma nova conquista na história da Câmara Árabe Brasileira e confirmar seu papel histórico no apoio às relações econômicas e culturais Brasil-países árabes. Nesta ocasião, gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos à Liga dos Estados Árabes e à sua embaixada no Brasil, pela confiança na Câmara Árabe Brasileira”, disse Latif.

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Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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