Os Estados Unidos decidiram cancelar o visto de Benedito Gonçalves, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ex-corregedor-geral da Justiça Eleitoral. Foi ele quem relatou as ações que levaram à inelegibilidade de Jair Bolsonaro por oito anos. A decisão foi confirmada pela agência Reuters.
A medida não se restringiu a Gonçalves. Também tiveram seus vistos revogados o ex-procurador-geral da República José Levi, o juiz auxiliar do STF Airton Vieira, o ex-assessor do TSE Marco Antonio Martin Vargas e o assessor judicial Rafael Henrique Janela Tamai Rocha.
Até agora, o governo americano não explicou publicamente os motivos do cancelamento. O Departamento de Estado, responsável pela política de vistos, não costuma comentar casos individuais.
Messias reage: “Agressão injusta”
Entre os atingidos também está Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU). Em nota divulgada nesta segunda-feira (22) no X, ele classificou a medida como arbitrária e contrária à tradição diplomática entre Brasil e Estados Unidos.
“Diante desta agressão injusta, reafirmo meu integral compromisso com a independência constitucional do nosso Sistema de Justiça e recebo sem receios a medida especificamente contra mim dirigida”, disse Messias.
O ministro ainda acusou Washington de romper com dois séculos de diálogo bilateral.
“As mais recentes medidas aplicadas pelo governo dos EUA contra autoridades brasileiras e familiares agravam um desarrazoado conjunto de ações unilaterais, totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas e econômicas edificadas ao longo de 200 anos entre os dois países”, escreveu.
Na mesma mensagem, concluiu:
“Continuarei a desempenhar com vigor e consciência as minhas funções em nome e em favor do povo brasileiro.”