Sem bandeira, logotipo ou qualquer identificação, aeronave ligada ao Pentágono fez escalas em Porto Alegre e São Paulo, reacendendo especulações sobre operações militares e interesses americanos na região
O pouso silencioso de um Boeing 757-200, completamente branco e sem marcas de origem, chamou a atenção nesta semana nos bastidores diplomáticos do Brasil. A aeronave, conhecida no meio militar como Gatekeeper (“Porteiro”), pertence à Força Aérea dos Estados Unidos e integra a frota mais restrita do Pentágono, usada em missões de alta complexidade e sigilo absoluto.
O jato, modelo C-32B, é equipado com tecnologia avançada de comunicação, autonomia para reabastecimento em voo e costuma ser acionado em deslocamentos de resposta imediata no exterior. Partiu da Base McGuire-Dix-Lakehurst, em Nova Jersey, cruzou o Atlântico após escala em Porto Rico e pousou discretamente em Porto Alegre na tarde desta terça-feira (19). Horas depois, voltou a decolar e aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, às 21h45, identificado como TOKEN 53. O destino foi o Terminal 3, área restrita a voos internacionais.
Parte da imprensa brasileira chegou a divulgar que se tratava de uma aeronave da CIA, mas a versão não corresponde inteiramente à realidade. O Gatekeeper é da Força Aérea norte-americana e opera sob comando do Comando de Operações Especiais, em apoio ao Departamento de Estado. Nessas missões, pode transportar diplomatas, militares, equipes técnicas e até agentes de inteligência, em operações conjuntas conhecidas como JTF (Força-Tarefa Conjunta).