Alta expressiva na agropecuária sustenta crescimento da economia, mesmo com recuos na indústria e estabilidade em serviços
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,4% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com os últimos três meses de 2024. O dado, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (30), confirma a influência decisiva do agronegócio no motor da economia nacional. Com uma alta expressiva de 12,2%, o setor agropecuário compensou a ligeira queda na indústria (-0,1%) e a discreta elevação nos serviços (0,3%).
No total, o PIB brasileiro somou R$ 3 trilhões entre janeiro e março. Desse montante, R$ 2,6 trilhões vieram do Valor Adicionado a preços básicos — indicador que mede o quanto os setores efetivamente produzem — e R$ 431,1 bilhões foram arrecadados via Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o crescimento foi de 2,9%. O salto da agropecuária também se destacou nesse recorte, com 10,2% de aumento. A indústria avançou 2,4% e os serviços, 2,1%.
Entre os segmentos industriais, houve desempenho desigual. A indústria de transformação caiu 1% e a construção civil recuou 0,8%. Em contrapartida, as indústrias extrativas subiram 2,1% e os serviços de utilidade pública — como eletricidade, água, esgoto e resíduos — cresceram 1,5%.
Outros destaques positivos vieram do setor de informação e comunicação, que cresceu 3%, e de atividades como serviços imobiliários e administração pública, ambos com 0,8%. O comércio teve leve alta de 0,3%. Já o setor de transportes, armazenagem e correios registrou retração de 0,6%, e os serviços financeiros ficaram praticamente estagnados (0,1%).
Em relação ao investimento e à poupança, os indicadores também subiram. A taxa de investimento atingiu 17,8% do PIB, acima dos 16,7% registrados no mesmo período de 2024. A taxa de poupança foi de 16,3%, ante 15,5% no ano anterior.
No acumulado dos quatro trimestres encerrados em março de 2025, o crescimento foi de 3,5%. Essa taxa é resultado do avanço de 3,2% no Valor Adicionado e de 5,2% na arrecadação de impostos sobre produtos.
Nesse recorte anual, o setor de serviços sustentou a maior parte do desempenho positivo (3,3%), seguido pela indústria (3,1%) e pela agropecuária (1,8%). Dentro da indústria, os melhores resultados vieram da construção civil (4,6%), da indústria de transformação (4%) e dos serviços públicos de energia, água e resíduos (2,4%). As indústrias extrativas, por sua vez, recuaram 0,8%.
Os números confirmam um cenário de resiliência econômica, puxado por setores ligados à produção real e sustentado por índices sólidos de investimento. Ainda que persistam desafios em áreas como a indústria de base e os serviços logísticos, o desempenho do primeiro trimestre sugere que o país segue em compasso de crescimento.



























