Espírito Santo começa ano-safra 2025 com crescimento nas aplicações de crédito rural

O Espírito Santo aumentou as aplicações de crédito rural já no primeiro mês do ano-safra 2025/2026. O valor aplicado é referente ao mês de julho de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano-safra anterior. Nesse período, o Espírito Santo se destacou com crescimento de 9,2%, enquanto a média geral do crédito rural aplicado no Brasil caiu 21%.

O ano-safra começa em julho de um ano e vai até junho do ano seguinte. No primeiro mês do ano-safra corrente, foi aplicado um montante de R$ 587,7 milhões de crédito rural no Espírito Santo, em comparação a R$ 538,1 milhões aplicados em julho de 2024. Ou seja, quase R$ 50 milhões de acréscimo no período. O número de operações realizadas para as diversas atividades agrícolas capixabas foi de 2,2 mil no período analisado, com crescimento de 5,9% em relação ao total de 2,1 mil operações no mesmo período do ano-safra anterior. Os dados foram apurados pela Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), a partir de informações do Banco Central.

O Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo na safra 2025/2026, lançado recentemente pelo Governo do Estado, em parceria com a União e diversas instituições financeiras, com destaque para Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), Sicoob-ES, Sicredi e Cresol, já apresenta os primeiros resultados. Uma construção coletiva que envolveu entidades representativas dos produtores rurais e dos pescadores, definindo atividades agropecuárias com prioridade de aplicação dos recursos com taxas equalizadas, abaixo da Selic.

Para o ano-safra 2025/2026, a meta recorde é alcançar R$ 9,8 bilhões e 47,1 mil contratos na agropecuária estadual e negócios associados, até junho de 2026. O crescimento das aplicações está alinhado com as metas do novo Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 4 – 2023/2032), lançado em dezembro de 2023, e que estabelece que o valor das aplicações alcance R$ 12 bilhões até o ano de 2032.

“O primeiro mês do ano-safra 2025/2026 foi favorável para o Espírito Santo, que continua se destacando como ambiente seguro e promissor para investimentos no agronegócio, mesmo diante de um cenário nacional desafiador. Enquanto a maior parte do País enfrentou retração nas aplicações de crédito rural, crescemos mais de 9,2%. O crédito rural é um aliado para o desenvolvimento rural sustentável. Temos uma organização robusta e colaborativa com as instituições financeiras que compõem o Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo. Recentemente, muitos segmentos do agro, como café, mamão, pimenta-do-reino, gengibre, pescados, aves e ovos foram impactados pela imposição de tarifas nas importações norte-americanas. Neste momento, esses segmentos têm prioridade nas aplicações de crédito”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.

O secretário ressaltou ainda que o desempenho recorde obtido com o Plano no ano safra, que finalizou em junho deste ano, reafirma a eficiência das ações de articulação entre Estado, instituições financeiras e representações do setor produtivo, além de demonstrar a confiança dos produtores nas políticas públicas e na solidez do ambiente de crédito rural capixaba.

O mês de julho abriu o ano-safra 2025/2026 com bons resultados para o Espírito Santo. Para o gerente de Dados e Análises da Seag, Danieltom Vandermas, as modalidades de custeio e comercialização tiveram maior peso no crescimento das aplicações.

“A alta de 9,2% em julho foi puxada principalmente pelo crescimento no custeio (+19,6%) e na comercialização (+12%). Ao mesmo tempo, observamos uma retração expressiva no investimento (-46,8%), o que indica que os produtores priorizaram capital de giro e liquidez em detrimento de novos aportes, pelo menos neste primeiro mês”, pontuou Vandermas.

Modalidades de aplicação

O crédito rural é destinado a finalidades específicas: custeio, investimento, comercialização e industrialização. O valor aplicado em custeio registrou crescimento de 19,6%, passando de R$ 328,3 milhões para R$ 392,5 milhões. Essa modalidade cobre as despesas inerentes a um ciclo de produção e pode ser utilizada desde o beneficiamento até o armazenamento da produção.

Já o investimento apresentou queda de 46,8%, passando de R$ 65,5 milhões para R$ 34,8 milhões. Esse crédito é destinado a reformas, construções, obras de irrigação, compra de máquinas e equipamentos, entre outros itens voltados à modernização da propriedade rural.

Na modalidade de comercialização, houve crescimento de 12%, com os valores passando de R$ 143,1 milhões para R$ 160,4 milhões. Esse tipo de crédito auxilia o produtor na venda dos produtos no mercado. Na modalidade de industrialização, não houve aplicação em julho de 2025. Esse crédito é voltado ao processamento e à industrialização de produtos agropecuários.

Na proporção do valor total aplicado, o custeio respondeu por 66,8%, o investimento por 5,9% e a comercialização por 27,3%. As análises comparativas consideram o ano-safra 2025/2026 em relação ao ano-safra 2024/2025, no período de julho de 2024 a julho de 2025.

Agricultura Familiar

Na agricultura familiar, o crédito em julho de 2025 alcançou R$ 107,7 milhões, frente a R$ 98,4 milhões no mesmo mês de 2024, representando um crescimento de 9,4%. O destaque foi para a modalidade de custeio, que passou de R$ 57,6 milhões para R$ 96,8 milhões (+67,9%), refletindo a maior demanda por capital de giro na produção. Já os recursos destinados a investimento caíram de R$ 40,7 milhões para R$ 10,8 milhões (-73,3%), indicando menor ritmo de aportes em bens e infraestrutura.

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Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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