Efeito Trump: bitcoin ultrapassa marca de US$ 100 mil pela primeira vez na história

O bitcoin ultrapassou, nesta quinta-feira (5), os US$ 100 mil pela primeira vez na história, com investidores apostando que o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump vai promover políticas para consolidar o lugar das criptomoedas nos mercados financeiros.

O valor subiu para a máxima recorde de US$ 103.619, impulsionado pela indicação de Paul Atkins para dirigir a agência reguladora do mercado de capitais dos EUA (SEC).

Às 8h58, a criptomoeda era negociada US$ 102.650.

O valor total do mercado de criptomoedas quase dobrou ao longo do ano até agora, atingindo um recorde de US$ 3,8 trilhões, segundo o provedor de dados CoinGecko. Em comparação, a Apple sozinha vale cerca de US$ 3,7 trilhões.

 

O bitcoin, a criptomoeda mais conhecida do mundo, está em alta desde novembro, devido às expectativas de que a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos trará um ambiente regulatório favorável às criptomoedas.

A marcha do bitcoin para Wall Street cunhou milionários, uma nova classe de ativos e popularizou o conceito de “finanças descentralizadas” em um período volátil e muitas vezes controverso desde sua criação há 16 anos.

O valor do bitcoin mais do que dobrou este ano e subiu mais de 50% nas quatro semanas desde a vitória de Trump, que também viu uma série de parlamentares pró-criptomoedas serem eleitos para o Congresso dos EUA.

“Estamos testemunhando uma mudança de paradigma”, disse Mike Novogratz, fundador e presidente-executivo da empresa norte-americana Galaxy Digital.

“O bitcoin e todo o ecossistema de ativos digitais estão prestes a entrar no mainstream financeiro – esse impulso é alimentado pela adoção institucional, pelos avanços na tokenização e nos pagamentos e por um caminho regulatório mais claro.”

Trump adotou os ativos digitais durante sua campanha, prometendo fazer dos EUA a “capital das criptomoedas do planeta” e acumular um estoque nacional de bitcoin.

“Estávamos negociando basicamente de lado por cerca de sete meses e, imediatamente após o dia 5 de novembro, os investidores dos EUA voltaram a comprar sem parar”, disse Joe McCann, presidente-executivo e fundador da Asymmetric, um fundo de hedge de ativos digitais de Miami.

Os defensores do bitcoin aplaudiram a nomeação de Atkins por Trump para a SEC.

Ex-comissário da SEC, Atkins esteve envolvido na política de criptomoedas como copresidente da Token Alliance, que trabalha para “desenvolver as melhores práticas para emissões de ativos digitais e plataformas de negociação”, e da Câmara de Comércio Digital.

“Atkins oferecerá uma nova perspectiva, ancorada por um profundo conhecimento do ecossistema de ativos digitais”, disse a presidente-executivo da Blockchain Association, Kristin Smith.

“Estamos ansiosos para trabalhar com ele … e inaugurar – juntos – uma nova onda de inovação em moedas digitais.”

Uma série de empresas ligadas a criptomoedas, incluindo Ripple, Kraken e Circle, também estão disputando um lugar no prometido conselho consultivo de moedas digitais de Trump.

Parte do cenário

O Bitcoin tem se mostrado um sobrevivente em meio a quedas vertiginosas. O movimento  da moeda digital para o território de seis dígitos é um retorno notável de uma queda abaixo de 16.000 em 2022, quando o setor estava se recuperando do colapso da bolsa FTX.

Os analistas dizem que a crescente adoção do bitcoin por grandes investidores este ano tem sido uma força motriz por trás da recuperação recorde.

Os fundos negociados em bolsa de bitcoin listados nos EUA foram aprovados em janeiro e têm sido um canal para compras em larga escala, com mais de US$ 4 bilhões de entrando nesses fundos desde a eleição.

“Aproximadamente 3% do suprimento total de bitcoins que existirá foi comprado em 2024 por dinheiro institucional”, disse Geoff Kendrick, chefe global de pesquisa de ativos digitais do Standard Chartered.

“Os ativos digitais, como uma classe de ativos, estão se normalizando”, disse ele. “Se você avançar alguns anos nos pregões, terá uma mesa de vendas e negociação… que ficará ao lado de câmbio, taxas e commodities.”

A empresa de software Microstrategy, que levantou fundos repetidamente para comprar bitcoin e detinha um total de cerca de 402.100 bitcoins em 1º de dezembro, acumula valorização de cerca de 540% este ano.

O próprio Trump revelou uma nova empresa de criptomoedas, a World Liberty Financial, em setembro, embora tenha divulgado poucos detalhes e o bilionário Elon Musk, um importante aliado de Trump, também é um defensor das criptomoedas.

“Quem pode proibir isso?”

O setor de criptomoedas tem sido criticado por uso maciço de energia, enquanto o crime com moedas digitais continua sendo uma preocupação, e a tecnologia ainda não proporcionou uma grande revolução na forma como o dinheiro é movimentado em todo o mundo.

Os EUA e o Reino Unido anunciaram na quarta-feira (04) que interromperam o que descreveram como uma rede global de lavagem de dinheiro que usava criptomoedas para ajudar russos ricos a fugir de sanções e lavar dinheiro para traficantes de drogas.

Ainda assim, como o presidente russo, Vladimir Putin, apontou em uma conferência de investimentos na quarta-feira: “Quem pode proibir isso? Ninguém.”

“Acho muito difícil avaliar (o bitcoin)… é uma incógnita. Mas ele tem um aspecto de impulso e, no momento, o impulso está em alta”, disse Shane Oliver, economista-chefe e diretor de estratégia de investimentos da AMP em Sydney.

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Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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