Longe do Brasil, mas ainda ativo no debate político, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou nesta terça-feira (30) um vídeo em que acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino de conduzir uma manobra para tentar inviabilizar candidaturas de nomes da direita ao Senado nas próximas eleições.
Segundo o parlamentar, Dino estaria “ressuscitando” inquéritos relacionados à pandemia de Covid-19, encerrada há mais de três anos, com o objetivo de atingir lideranças conservadoras que aparecem bem posicionadas nas pesquisas.
“O fato do Flávio Dino pinçar um fato da pandemia, lá de 2021, para querer abrir um inquérito e nos, entre aspas, ‘julgar’, porque todo mundo sabe qual vai ser o resultado disso, só reforça a importância da anistia”, disse Eduardo.
O deputado lembrou que o Senado tem papel decisivo no equilíbrio institucional, já que pode barrar abusos e até mesmo autorizar pedidos de impeachment contra ministros do STF. Uma eventual maioria conservadora na Casa, acrescentou, explicaria a ofensiva contra lideranças da direita.
Para ele, a solução passa pela aprovação de uma anistia ampla, com início em 2019, ano em que foi aberto o inquérito das chamadas “fake news”.
“Nós queremos anistia baseada em fatos, desde 2019. Por que 2019? É porque ali que foi aberto o inquérito das fake news. Se nós não aprovarmos uma anistia ampla, dessa maneira, a direita não terá vez na eleição de 2026, nós não viveremos uma normalidade democrática. A gente vai permitir que seja dada a continuidade nessa perseguição, podendo abrir a todo momento qualquer tipo de inquérito, até esse esdrúxulo, que resgata a CPI da Covid, aquele circo que vocês viram que foi, para dizer que eu e várias outras pessoas cometemos o crime de desobediência ou seja lá o que for”, afirmou.
Eduardo alertou ainda que uma condenação no STF poderia enquadrar parlamentares e lideranças conservadoras na Lei da Ficha Limpa, deixando-os fora da disputa já na eleição seguinte.
“Lembrando que se forem condenados pelo STF, como é um colegiado, seja Primeira Turma, Segunda Turma ou Plenário, você ainda cai na Lei da Ficha Limpa, impossibilitando de se candidatar na eleição subsequente. É disso que estamos falando, de uma estratégia para varrer a direita das eleições, cujo único remédio é uma anistia sobre os fatos, sendo iniciados em 2019, tendo como marco inicial a criação do inconstitucional inquérito das fake news, que inaugurou uma era onde juízes são vítimas, acusadores, eles mesmos fazem os relatórios de inteligência, como [Eduardo] Tagliaferro tem comprovado, para daí culminar aquilo que a imprensa sempre diz, que é a condenação já certa, seja de Jair Bolsonaro, agora no caso de Eduardo, e várias outras pessoas que estão debaixo dessa investigação aberta pelo Flávio Dino, favoritos nos seus estados ao Senado, como é o caso de Gustavo Gayer, Flávio [Bolsonaro], Carlos Bolsonaro, Bia Kicis, dentre outras pessoas”, declarou.
Na parte final do vídeo, o deputado evocou declarações antigas de Dino contra Jair Bolsonaro, chamando atenção para a falta de imparcialidade do ministro.
“O que o Flávio Dino está querendo fazer, é algo totalmente surreal, ainda mais vindo pelas mãos daquele que disse que Jair Bolsonaro é o que há de pior, é o diabo, quando era ainda ministro da Justiça de Lula, o tradicional militante do Partido Comunista do Brasil. Essa é a pessoa imparcial que vai nos julgar? Pelo amor de Deus!”, concluiu.