A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deu um passo decisivo nesta terça-feira (26) na investigação das fraudes que atingem o instituto. Entre as principais medidas está a convocação de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como peça central no esquema, além de dez ex-presidentes do órgão e do empresário Maurício Camisotti, identificado como um dos beneficiários finais das irregularidades.
Após negociação entre a base governista e o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ministros e ex-ministros foram incluídos apenas como convidados, sem obrigação de comparecimento imediato. A lista inclui Carlos Lupi (ex-ministro de 2023 até maio), Onyx Lorenzoni (2021-2022), Carlos Eduardo Gabas (2010 e 2015) e José Carlos Oliveira (2022), que também presidiu o INSS. O ex-ministro da Economia Paulo Guedes ficou de fora, já que a pasta foi extinta durante sua gestão.
“Os ex-ministros que não comparecerem após o convite do colegiado poderão ser alvo de convocação”, afirmou o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
O plano de trabalho aprovado pelo relator abrange investigações desde 2015, contemplando os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. A intenção é traçar um panorama completo das irregularidades e responsabilizar os envolvidos.
Foram ainda aprovadas convocações de Marcelo Abi-Ramia Caetano, ex-secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, e de representantes da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Defensoria Pública da União (DPU). A comissão também requisitou informações detalhadas de órgãos como PF, CGU, DPU, Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério da Previdência Social, além de solicitar servidores para apoio técnico nas investigações.
O objetivo da CPMI é montar um retrato completo das fraudes, identificar responsáveis e adotar medidas para prevenir novos desvios, garantindo maior transparência na administração dos benefícios previdenciários.