Callegari recebe a mãe do pequeno Heitor, recém-nascido que faleceu na hora do parto em Aracruz

Isabelly Rossi esteve com o deputado e trouxe novos relatos sobre a morte da criança

Após completar pouco mais de um mês, a morte do pequeno Heitor é um símbolo da luta contra a violência obstétrica, uma pauta que levou o deputado estadual Wellington Callegari a criar uma lei, proposta que foi aprovada na Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Renato Casagrande.

Na última terça-feira (4), Isabelly Rossi esteve no gabinete do parlamentar e trouxe outros fatos do ocorrido: “Eu chorei muito pedindo para o meu parto ser cesariana e eles me negaram e meu filho veio a falecer. No encaminhamento, disseram que meu filho tinha morrido devido a uma cardiopatia, sendo que, na verdade, ele teve traumatismo e hemorragia craniana. O tempo todo, eles taparam para eu não ver a cabeça do meu filho. Eu não sou a primeira e não serei a última mãe a sofrer esse tipo de violência. O Heitor veio para muita gente expor a dor de um momento que era para ser feliz e acabou de forma triste”, desabafou.

Callegari colocou o jurídico do seu gabinete à disposição de Isabelly e afirmou que todas as providências serão tomadas: “Podem ter certeza de que Isabelly e sua família terão todo amparo necessário e o caso do pequeno Heitor não ficará impune. Todas as responsabilidades serão minuciosamente apuradas, não tenham dúvidas. Já estou estudando com minha equipe e vamos formar uma ‘Comissão da Vida’ no município de Aracruz, com pessoas empenhadas na implementação da lei do ‘Parto Livre’, para que tragédias como essa não aconteçam mais em nenhum outro hospital ou maternidade do Espírito Santo”.

O deputado também anunciou uma série de visitas pelos hospitais e maternidades de todo o Estado: “Semana que vem, vou inaugurar uma rotina de trabalho nos hospitais e maternidades. Vou abrir diálogo com os gestores dessas unidades, saber como está a execução da nossa medida e preparar um relatório para outras ações. A lei está em vigor e o Estado precisa responder positivamente, com as devidas adequações”, complementou.

CRM-ES instaurou sindicância e a Polícia Cívil abriu investigação

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) abriu sindicância para investigar o caso da morte de Heitor: “Após a sindicância, se houver indício de falta ética, será aberto processo ético-profissional”.

O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil, já que a causa preliminar da morte apontada pelo Instituto Médico Legal (IML) de Vitória foi hemorragia intracerebral e traumatismo craniano. A família acusa o hospital de negligência. A unidade nega.

Garantias da Lei do Parto Livre

A Lei 12.194/24 estabelece os seguintes direitos às gestantes:

  • O respeito ao plano individual de parto fica garantido, conforme estabelecido pela parturiente e pelo médico obstetra responsável.
  • Assistência humanizada durante os períodos do pré-parto, parto e puerpério.
  • Acompanhamento de uma pessoa de sua escolha durante o pré-parto e o pós-parto.
  • Participação das gestantes nas decisões sobre o tipo de parto que melhor atenda às suas crenças, valores e convicções.
  • Que as gestantes não sejam submetidas a exames e procedimentos sem autorização do Comitê de Ética para Pesquisas com Humanos e sem o seu próprio consentimento.

Em suma, a nova lei assegura que o parto livre é um direito de todas as gestantes, com objetivo claro de garantir que a mulher seja protagonista de todo processo gestacional, tendo suas escolhas respeitadas, mediante acompanhamento médico.

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Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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