Hospital Santa Mônica será transformado em unidade do Vitória Apart em Vila Velha

Com investimento inicial de R$ 7 milhões, grupo Athena Saúde assume prédio histórico e projeta reabertura para o segundo semestre de 2025, com pronto-socorro, UTI e centro cirúrgico

O prédio onde por décadas funcionou o Hospital Santa Mônica, na Praia de Itaparica, em Vila Velha, ganhará nova vida. Após anos mergulhado em dificuldades financeiras, o imóvel foi assumido pelo grupo Athena Saúde e será transformado na nova unidade do Vitória Apart Hospital, com reabertura prevista para o segundo semestre de 2025.

A formalização da entrega das chaves e assinatura do contrato ocorreu na última sexta-feira (30), marcando o início de um processo de reestruturação ambicioso. O plano é claro: adaptar a estrutura já existente e instalar um centro hospitalar moderno, equipado com pronto-socorro adulto e infantil, leitos de internação, UTI e centro cirúrgico — tudo com o padrão de excelência já reconhecido na unidade de Vitória.

A nova unidade contará inicialmente com 110 leitos hospitalares, com possibilidade de ampliação para até 190. Segundo o grupo, o hospital atenderá a diversas operadoras de saúde e convênios, ampliando o acesso da população a serviços hospitalares de média e alta complexidade.

A negociação que selou o destino do Santa Mônica levou cerca de um ano. Para Diego Viana, diretor regional da Athena Saúde no Espírito Santo, o projeto reforça a posição estratégica do grupo em Vila Velha.

“O melhor hospital do Espírito Santo agora estará também em Vila Velha, uma região estratégica para o Vitória Apart e para a operadora São Bernardo Samp, que integra o grupo”, afirmou.

Ao todo, o investimento no novo hospital deve ultrapassar R$ 20 milhões nos próximos anos.

Um ciclo que se fecha, outro que se abre

Fundado em 1978, o Hospital Santa Mônica foi referência em maternidade e internação por décadas. Mas nos últimos anos, a instituição se viu afundada em dívidas trabalhistas, gestão instável e uma estrutura em ruínas. A reportagem do Portal ES360 visitou o hospital no auge da crise, em 2024, e encontrou apenas um médico de plantão no Pronto Socorro, que operava em horário reduzido — de segunda a sexta, das 7h às 17h.

Corredores vazios, consultórios trancados e o silêncio de uma estrutura que um dia já pulsou com nascimentos e vidas salvas. No local, restava apenas um porteiro, encarregado de atender ligações e orientar quem chegasse em busca de atendimento. O setor de maternidade já havia sido desativado. As internações estavam suspensas. Qualquer caso mais grave era automaticamente transferido para outra unidade da rede pública ou privada.

Para os funcionários demitidos, especialmente os que atuaram sob a gestão terceirizada anterior, o cenário era de incerteza. Muitos aguardavam, há mais de um ano, a regularização de salários e rescisões. A situação foi denunciada por representantes do Sindicato dos Enfermeiros, que afirmaram, à época, que nem gestantes demitidas receberam o que lhes era de direito.

Com a entrada do grupo Athena, a perspectiva muda. A prioridade agora, segundo o grupo, é adaptar o prédio e garantir que o novo hospital comece a operar com segurança e qualidade.

Expansão no Espírito Santo

A nova unidade do Vitória Apart em Vila Velha integra o plano de expansão do grupo Athena Saúde no Espírito Santo, que já responde pelo Hospital São Bernardo Apart, em Colatina, além de quatro unidades de Pronto Atendimento (em Vitória, Serra, Vila Velha e Cariacica) e pela operadora de saúde São Bernardo Samp — atualmente a que mais cresce no Estado, com mais de 430 mil vidas atendidas.

Presente em todas as regiões do país, o grupo soma 13 hospitais e outras duas operadoras de saúde em seu portfólio.

Em Vila Velha, a história recomeça. No mesmo endereço onde mães viveram seus partos e pacientes cruzaram momentos decisivos de suas vidas, um novo hospital se erguerá — com promessas, investimentos e um passado que ainda ecoa nos corredores que, em breve, voltarão a receber gente.

Foto de Redação O Fator Brasil

Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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