A virada da Casas Bahia e as perspectivas pós Black Friday

Em agosto do ano passado, a Casas Bahia deu a largada para o seu ambicioso Plano de Transformação. A primeira etapa do programa, que consistia principalmente no reperfilamento da dívida, foi concluída com sucesso exato um ano depois.

Agora, é a segunda fase do projeto – que tem entre os seus objetivos resgatar a rentabilidade e buscar a geração de caixa pela empresa – que alcança marcas importantes, conforme revelado no balanço do terceiro trimestre.

No período, o Grupo Casas Bahia apresentou melhora sequencial das margens operacionais pelo quarto trimestre consecutivo, crescimento em lojas físicas, maior penetração de serviços, aumento da carteira de crediário e maior liquidez, com a melhor variação de saldo em caixa dos últimos 4 anos.

Trata-se, portanto, de uma virada impulsionada sobretudo pelo plano concebido um ano atrás. “Os resultados demonstram que a nossa estratégia de transformação caminha de forma bem-sucedida”, afirma Vital Leite, diretor-executivo de soluções financeiras do Grupo.

Basta olhar os indicadores com atenção para reforçar o que diz o executivo. No terceiro trimestre de 2024, o Ebitda ajustado da empresa atingiu R$ 491 milhões – para efeito comparativo, no mesmo período do ano passado o resultado havia sido negativo em R$ 66 milhões. O balanço também revelou que a margem Ebitda saltou 7,7%.

Além disso, a margem alcançada no terceiro trimestre de 2024 foi a maior em 18 meses, numa demonstração inequívoca de que o turnaround segue a todo o vapor.

Diversas iniciativas adotadas no âmbito do Plano de Transformação explicam os bons resultados. No terceiro trimestre, os investimentos do Grupo totalizaram R$ 54 milhões, sendo que 88% do total foram direcionados para suportar a digitalização da companhia e melhorar a experiência dos clientes – um dos focos da nova fase vivida pela empresa.

A disciplina financeira e o foco em categorias estratégicas estão, de fato, mudando o jogo para a companhia. Vital Leite ressalta que as melhores margens são reflexo da revisão do mix de produtos, ampliação de serviços e do aumento da qualidade dos estoques.

Outros pontos a se destacar são o crescimento das receitas do marketplace, de 24,1%, as vendas nas lojas físicas (avanço de 7,1%), e a plataforma de retail media, que apresentou aumento da receita bruta superior a 400% em relação a 2023.

O executivo acrescenta que um dos pilares do desempenho positivo está no segmento de soluções financeiras, que aceleraram 37,8%. Outro ponto positivo foi a retomada da carteira de crediário, que alcançou R$ 5,7 bilhões, sua máxima histórica, com crescimento anual de 7,4%.

No digital, o grupo também registrou a maior participação já observada, com 9% das vendas totais provenientes do canal online. O balanço do terceiro trimestre está recheado de números positivos.

“Nós reforçamos os nossos investimentos em logística, tecnologia e linhas de crédito para oferecer uma Black Friday marcante”, diz Renato Franklin, CEO do Grupo Casas Bahia

No período, o Grupo manteve os esforços para reduzir custos e despesas operacionais. As despesas gerais e administrativas caíram 2,8% no trimestre e 6,6% no acumulado do ano.

Diversas inovações tiveram papel decisivo nos resultados. Recentemente, o Grupo colocou em operação a solução logística full cross, permitindo que fornecedores armazenem seus produtos nos Centros de Distribuição.

O Grupo também implementou uma nova ferramenta de precificação com inteligência artificial, que já está rodando em 80% da receita do canal online, com testes em andamento nas lojas físicas.

“É uma precificação dinâmica, que lê a demanda para determinar o preço dos produtos”, diz Leite. “Quando você traz isso para o ecossistema da empresa, consegue maximizar a rentabilidade.”

Como será o desempenho da companhia na reta final de ano? “Estamos animados e preparados para aproveitar a sazonalidade do quarto trimestre, já prevendo mais uma evolução nos nossos resultados. A própria Black Friday será um reflexo disso. Nós reforçamos os nossos investimentos em logística, tecnologia e linhas de crédito para oferecer uma Black Friday marcante”, diz Renato Franklin, CEO do Grupo Casas Bahia.

Para a principal data do varejo, a empresa ampliou a frequência de abastecimento para as lojas e as ofertas de crédito aos consumidores. Além disso, para promover a melhor experiência aos clientes, diversas áreas tiveram a capacidade aumentada, entre elas: logística, tecnologia, atendimento e marketing.

Desde o final de outubro, a varejista está promovendo os plantões da Black Friday, com entradas ao vivo nas redes sociais do Grupo Casas Bahia. São dois plantões diários com descontos para quantidades limitadas de produtos.

Para fazer a maior Black Friday de todas, a Casas Bahia montou também a Central Black, uma sala que mapeia os produtos mais buscados pelos consumidores em real time, na Megaloja da Marginal Tietê. Além de monitorar esses produtos, a Central funciona como estúdio onde um squad de influenciadores produz conteúdos exclusivos sobre a data.

“Somos uma marca com mais de 70 anos de história e vamos seguir renovando para atender as demandas de nossos clientes e fazendo jus ao nosso slogan ‘Dedicação total a você’. Nosso objetivo é manter o plano de transformação em andamento e continuar evoluindo para melhorarmos nossa rentabilidade a cada tri”, conclui Renato Franklin, CEO do Grupo Casas Bahia.

Foto de Redação O Fator Brasil

Redação O Fator Brasil

O Fator Brasil é um portal de notícias que acredita no Jornalismo comprometido com a verdade dos fatos e com a ética, trazendo sempre os principais acontecimentos do Espírito Santo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também

A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

Tendência

plugins premium WordPress
O Fator Brasil