Deputado do PL busca nova legenda, mas estratégia esbarra em restrições internas do partido liberal
O deputado estadual Wellington Callegari (PL) segue firme na intenção de disputar uma vaga no Senado, mesmo depois de seu partido oficializar outro nome para a corrida. Com o caminho fechado dentro do PL, Callegari iniciou conversas com outras siglas — entre elas, o Partido Novo. A tentativa, no entanto, parece ter tropeçado na porta de entrada.
A legenda, que mantém uma política rígida quanto à filiação de mandatários em exercício, reafirmou nesta semana que não abrirá espaço para quem já ocupa cargo eletivo disputar a próxima eleição estadual pela sigla. Isso inclui, de forma clara, o próprio Callegari.
“Reiteramos a decisão de não buscar e não receber mandatários em exercício para a reeleição de deputado estadual no Novo em 2026, visando uma chapa balanceada e leve. Da mesma forma, nossa candidatura ao Senado deve prestigiar um quadro orgânico do Partido Novo, um nome de dentro das fileiras com a missão de fortalecer nossas bases, reforçar os princípios e valores de nossa legenda e garantia de excelência legislativa no Senado. Hoje, o nome proposto para honrar esta missão é o vereador Leonardo Monjardim, cujo histórico e méritos junto ao Novo o qualificam para essa empreitada”, diz nota oficial enviada à imprensa.
Monjardim, vereador de Vitória, é o nome escolhido pelo partido para disputar a única vaga ao Senado no Espírito Santo em 2026. Sua indicação é vista como um gesto de fidelidade às diretrizes internas do Novo, que preza por candidaturas forjadas dentro da própria estrutura partidária, sem “importações” de última hora.
Diante do posicionamento, questionou-se se as portas estariam oficialmente fechadas para Callegari. O presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar, preferiu suavizar o tom.
“Não é que fechamos as portas, mas tomamos a decisão de construir uma chapa em que todo mundo se sinta em condição de igualdade. Vindo alguém com mandato, os outros não teriam as mesmas condições. Tenho respeito enorme por Callegari, é um quadro espetacular, mas a gente tem outro projeto”, afirmou.
A movimentação de Callegari ocorre em meio ao cenário ainda indefinido da oposição ao governo Casagrande no Espírito Santo. O PL já indicou que não pretende ceder facilmente o espaço, e o Novo, por ora, não planeja lançar candidatura própria ao Executivo estadual. Ainda assim, há articulações em curso.
No próximo dia 3, está prevista uma reunião entre a cúpula nacional do Novo e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), em São Paulo. Arnaldinho busca uma legenda que possa respaldar sua eventual candidatura ao governo do Estado — e o Novo, mesmo sem plano declarado, pode se tornar o destino estratégico.
Callegari, por sua vez, segue em campo. Avaliado positivamente nos bastidores e com boa articulação entre lideranças conservadoras, o deputado ainda não cravou qual será seu próximo passo. O jogo, no entanto, exige definição — e o relógio político já começou a correr.