A disputa pelas duas cadeiras do Espírito Santo no Senado Federal já começou nos bastidores, e promete ser uma das mais movimentadas de 2026. São 14 pré-candidatos na mesa, um deles já desistiu, e, entre eles, oito nomes identificados com o campo conservador. A direita, que vem crescendo no Estado, agora se vê dividida, com lideranças disputando o mesmo eleitorado.
Um dos que mais têm se destacado nesse cenário é o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB). Ele tem conseguido costurar apoios de grupos e lideranças importantes em torno de sua pré-candidatura, posicionando-se como um dos nomes mais competitivos do grupo conservador.
Novo lança Monjardim com apoio de Zema
O partido Novo marcou para o dia 29 de novembro o lançamento oficial da pré-candidatura do vereador Leonardo Monjardim ao Senado. O evento, que será o 2º Encontro Estadual da sigla, contará com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que deve ser apresentado como pré-candidato à Presidência da República durante a visita ao Estado.
“O momento será de união das forças. Vamos construir um projeto para o Brasil e o Espírito Santo que valorizem a justiça, liberdade e prosperidade para todos”, afirmou Iuri Aguiar, presidente estadual do Novo.
Monjardim, que é vice-presidente da Câmara de Vitória e está em seu segundo mandato, se define como conservador e de direita. Próximo ao prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), ele tem usado o cargo de vereador como vitrine para projetar o nome em nível estadual, e entra na disputa sem precisar deixar o mandato.
Mesmo com afinidade ideológica com o PL, o Novo prefere cautela. “Ainda não fechamos coligação para 2026. Quanto ao PL, estamos em negociação e, como já divulguei anteriormente, não iremos tomar nenhuma decisão neste ano”, disse Aguiar.
Callegari deixa o PL e se aproxima do Democracia Cristã
Quem também já se movimenta é o deputado estadual Wellington Callegari, que decidiu deixar o PL depois de perceber que não teria espaço na sigla comandada pelo senador Magno Malta, que trabalha para eleger sua filha Maguinha Malta ao Senado.
Com autorização do partido e da Justiça Eleitoral, Callegari deve se filiar ao Democracia Cristã (DC) nos próximos dias. A mudança foi celebrada em um almoço com lideranças políticas realizado no Clube de Tiro de Vila Velha, onde o deputado confirmou oficialmente sua pré-candidatura.
“É um momento importante para o Democracia Cristã. Estamos construindo juntos um projeto forte, com liberdade e diálogo. Tenho grande respeito pelo presidente Caram e pelo deputado Callegari, nosso pré-candidato ao Senado”, afirmou Zé Preto (DC), que também participou do encontro.
Com base eleitoral no Sul do Estado, Callegari vem reforçando pautas voltadas ao conservadorismo. “Muita gente imagina o Senado como um lugar de comodidade. Porém, as pautas da direita são urgentes e precisam ser defendidas com coragem. O Parlamento não pode se curvar às chantagens dos poderosos e dos grupos políticos que se perpetuam no poder”, disse o deputado.
Divisão pode custar caro à direita capixaba
Além de Euclério, Monjardim e Callegari, há pelo menos cinco outros nomes conservadores cogitando entrar na disputa. Esse número, embora amplie as opções ao eleitor, pode enfraquecer o bloco da direita como projeto político.
Em disputas majoritárias, a fragmentação é um risco real: quanto mais candidatos de um mesmo campo, menor a chance de um deles vencer. Diferente das eleições proporcionais, nas quais votos podem se somar dentro da legenda, no Senado vence apenas quem alcança a maioria direta.
Se o objetivo for aumentar a presença conservadora no Congresso, será preciso menos vaidade e mais articulação. Caso contrário, os candidatos de direita podem acabar dividindo o próprio eleitorado, e assistindo a vitória escapar pelas mãos, ainda no primeiro turno das urnas.