Julho Amarelo: mês é marcado pela conscientização sobre hepatites virais

O mês de julho marca a campanha “Julho Amarelo”, destinada a promover conscientização da população sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais. A hepatite é uma inflamação que agride o fígado, e pode ser causada principalmente por vírus, pelo uso de alguns medicamentos, álcool em excesso e outras drogas. E, por ser uma doença que na maioria das vezes avança sem demonstrar sintomas, a hepatite pode acabar se tornando crônica, por isso, a Secretaria da Saúde (Sesa), acende o alerta à população para a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. 

“A campanha ‘Julho Amarelo’ desempenha um papel fundamental na luta contra as hepatites virais. Ao aumentar a conscientização, incentivar a testagem e reforçar a importância do uso das vacinas, reduz-se de forma significativa o contágio, com mais casos identificados e melhor prevenção de possíveis agravamentos dessas doenças. Participar das ações do ‘Julho Amarelo’ é um passo fundamental para cada indivíduo, um ato de cidadania e que aprimora a saúde pública.” pontuou o coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais, da Secretaria da Saúde (Sesa), o médico infectologista Marcello Leal.

As hepatites virais são classificadas por letras do alfabeto, A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, as hepatites mais encontradas são as causadas pelos vírus A, B e C. Só em 2024, no Espírito Santo, foram confirmados 274 casos de hepatite B; 271 de hepatite C; e 10 casos de hepatite A.

De acordo com Marcello Leal, a principal forma de prevenção que a população deve ter é a vacinação. “As vacinas contra as hepatites A e B são seguras, eficazes e estão disponíveis gratuitamente nas unidades básicas de saúde. Até o momento, não existe vacina contra a hepatite C”, ressaltou. Ele explicou que o tratamento da hepatite C é feito com medicamento via oral em um período de 12 a 24 semanas. 

Sobre as hepatites A, B, C e E

O coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais, da Secretaria da Saúde (Sesa), o médico infectologista Marcello Leal, explicou ainda que cada tipo de hepatite tem suas próprias formas de transmissão, sintomas e tratamentos.

A hepatite A é geralmente transmitida por meio de alimentos ou água contaminada, enquanto as hepatites B e C são transmitidas pelo contato com sangue contaminado e, no caso da hepatite B, também por meio de relações sexuais e da mãe para o filho durante a gestação.

Os principais sintomas das hepatites são cefaléia, mal-estar, náuseas, vômitos, icterícia (coloração amarelada da pele e área branca dos olhos), colúria (urina escura), acolia fecal (fezes claras). O diagnóstico acontece na Atenção Primária à Saúde e o tratamento ocorre nos serviços de atendimento especializado.

As hepatites A, D e E têm seus diagnósticos por meio de coleta de sangue por punção venosa com agulha, já as hepatites B e C podem ser diagnosticadas por testes rápidos por punção e coleta de sangue da ponta dos dedos realizados nas unidades de saúde. 

Tratamento contra as hepatites

A conscientização sobre as hepatites virais se torna o principal aliado de um diagnóstico precoce, já que muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas óbvios por longos períodos, que por sua vez, sem tratamento adequado, pode acarretar complicações mais graves, como cirrose e câncer de fígado.

Dessa forma, a campanha ‘Julho Amarelo’ foca na disseminação de informações sobre a importância da testagem, especialmente de grupos populacionais com mais casos confirmados, e das vacinas disponíveis, como a vacina contra as hepatites A e B. Para que a cobertura de vacinação e o tratamento precoce da doença atinja a população, é preciso que todos se atentem à prevenção da doença.

Por serem transmitidas por meio fecal-oral, as hepatites A e E têm os mesmos meios de prevenção, sendo elas: lavar com água tratada alimentos antes do consumo, sobretudo, os alimentos que são ingeridos crus, e manter sempre uma boa higiene pessoal.

Para a hepatite A, a vacinação de crianças de 15 meses a 5 anos incompletos também é outro meio de prevenção. A hepatite C não tem vacina, mas o tratamento é feito com medicamento via oral em um período de 12 a 24 semanas. 

Já a hepatite B pode ser transmitida pela transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de objetos perfurantes ou cortantes, por meio de relações sexuais desprotegidas com pessoas infectadas e, por fim, pela transmissão vertical, que é da mãe para o filho durante a gestação ou no parto. Há maneiras de prevenir a hepatite B: a vacinação após o nascimento e outras três doses da vacina durante o primeiro ano de vida; o uso de preservativos nas relações sexuais; e não compartilhar objetos perfurantes ou cortantes. 

O diagnóstico das hepatites virais acontece na Atenção Primária à Saúde (APS) e o tratamento nos Serviços de Atendimento Especializado (SAE). O diagnóstico das hepatites A, D e E é realizado por meio do exame de sangue, já as hepatites B e C podem ser diagnosticadas por testes rápidos, que estão disponíveis nos serviços de saúde. O diagnóstico para a Hepatite B pode acontecer também durante o pré-natal, por meio laboratorial ou testes rápidos.

No Espírito Santo, a Sesa oferece apoio aos municípios por meio da disponibilização de testes rápidos e materiais educativos para ações de prevenção nas Unidades Básicas de Saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) de IST, Aids e Hepatites Virais.

Cobertura vacinal de Hepatites tem aumento no Espírito Santo

Dados do Sistema Vacina e Confia e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) apontam um aumento significativo nas coberturas vacinais contra as hepatites no último ano, o que representa uma melhora na adesão da população à imunização.

Em 2024, a vacina Pentavalente, que entre as cinco doenças que previne tem a hepatite B, destacou-se pelo aumento da cobertura no Estado, alcançando 94,05%, superior aos 89,04% de 2023. A meta de cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde para este imunizante é de 95%.

A cobertura da Hepatite B passou de 69,88% em 2023 para 91,30% em 2024. Já a de Hepatite A não apresentou muita variação, sendo 87,08% em 2023 e 87,09%, em 2024. A meta de cobertura para ambas as vacinas é de 95%.

Ações programada para o ‘Julho Amarelo’

O coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais, Marcello Leal, conta que para o ano de 2025, a Sociedade de Gastroenterologia do Espírito Santo (SOGES), realizará no dia 11 de julho um curso de capacitação com enfoque nas hepatites B e C. O curso é voltado para médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde e os médicos residentes de Medicina de Família e Comunidade.

“Neste curso, esperamos oferecer bases técnicas e práticas para aprofundar os conhecimentos dos profissionais de saúde em prevenção, diagnóstico e manejo das doenças. Ao realizar capacitações como essa, buscamos dar passos rumo à erradicação das hepatites virais até 2030”, ressaltou o coordenador. 

Além disso, durante o mês de julho as referências técnicas das vigilâncias epidemiológicas municipais de hepatites promoverão ações com a realização de testes rápidos de hepatites B e C, HIV e sífilis, além de palestras e distribuição de preservativos e encaminhamento para vacinação contra as hepatites A e B.

A Coordenação Municipal de Hepatites da Serra promoverá, no dia 11 de julho, o Fórum Municipal de Hepatites Virais, com atualizações relativas ao tema para profissionais da atenção primária, equipe multidisciplinar do município e acadêmicos da área da Saúde. Será das 9h às 16h, no auditório do Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI), na Serra.

O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Alfredo Chaves, vai promover, por meio de visitas domiciliares de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), a entrega de panfletos que ressaltam a importância de esterilizar materiais utilizados por manicures em atendimentos. O município contará ainda com ações que reforçam a prevenção das hepatites, realizando testes rápidos para diagnóstico, distribuição de preservativos, e ofertando vacinação das hepatites A e B nas Estratégia Saúde da Família (ESF) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Ainda entre as ações voltadas para a prevenção das hepatites, o Ministério da Saúde promoveu no mês de maio, o lançamento do ‘Guia para Eliminação das Hepatites Virais’, documento com diretrizes e estratégias que visam à erradicação das hepatites virais no Brasil até 2030. O evento contou com a participação de diversos setores, incluindo a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA), o CONASEMS e a sociedade civil, buscando integrar ações e fortalecer a luta contra as hepatites virais.

Foto de Redação O Fator Brasil

Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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