Botafogo vence PSG e crava capítulo épico na história do futebol

Time brasileiro bate o atual campeão da Champions e coloca um pé na próxima fase da Copa do Mundo de Clubes

O futebol costuma pregar peças, mas poucas tão inesperadas quanto a desta quinta-feira (19). No palco onde o Brasil ergueu o tetracampeonato em 1994, o estádio Rose Bowl, na Califórnia, foi o cenário da vitória histórica do Botafogo por 1 a 0 sobre o poderoso Paris Saint-Germain, atual campeão da Liga dos Campeões. Com o resultado, o clube carioca mantém 100% de aproveitamento no grupo B da Copa do Mundo de Clubes e se aproxima das oitavas de final.

O único gol da noite foi marcado pelo atacante Igor Jesus, aos 35 minutos do primeiro tempo, após um contra-ataque construído com inteligência e velocidade — marca do estilo implementado por Renato Paiva. A explosão da torcida alvinegra presente ao estádio californiano lembrou a força emocional de quem até pouco tempo convivia com a dor dos rebaixamentos. Agora, vive a glória.

“Foi uma jogada que a gente treina muito. Sabíamos que, se saíssemos rápido, teríamos espaço. E deu certo. A bola ainda desviou, mas eu senti que ia entrar”, disse Igor Jesus, visivelmente emocionado após a partida.

Uma vitória desenhada na estratégia

Diante de um adversário com elenco estrelado e recheado de recursos, o técnico Renato Paiva optou por uma abordagem ousada, mas eficaz. Sacou o atacante Mastriani e reforçou o meio de campo com o volante Allan, disposto a proteger a defesa e preparar o bote nos espaços deixados pelo PSG.

Do outro lado, o técnico Luis Enrique, talvez subestimando o adversário, promoveu mudanças após a goleada por 4 a 0 sobre o Atlético de Madrid: saíram Marquinhos, João Neves, Fabián Ruiz e Nuno Mendes; entraram Beraldo, Zaïre-Emery, Mayulu e Hernandez. A engrenagem perdeu força.

Com 75% da posse no primeiro tempo, o Paris Saint-Germain rondou a área, finalizou com perigo, mas viu seu sistema defensivo ser exposto em um lance fatal: Artur desarmou Kvaratskhelia, lançou Marlon Freitas, que acionou Savarino. O venezuelano achou Igor Jesus livre, e o camisa 9 não desperdiçou. Rasteiro, desvio na zaga, Donnarumma batido. Gol do Botafogo.

O milagre de John

O segundo tempo foi de resistência e coragem. O Botafogo recuou linhas, entregou a posse, mas não entregou o jogo. As investidas do PSG, lideradas por Kvaratskhelia e Doué, pararam na organização defensiva e em um goleiro em noite inspirada.

“A gente sabia que seria um massacre no segundo tempo. Eu pedi a Deus serenidade e concentração. E quando a bola veio, eu estava pronto”, contou o goleiro John, após defesa espetacular em cabeçada de Mayulu, aos seis minutos da etapa final.

O PSG, cada vez mais ansioso, arriscou tudo nos acréscimos. Kvaratskhelia ainda tentou em cobrança de falta, mas a bola passou por cima. O apito final confirmou o que poucos ousariam prever: o Botafogo, de volta à elite há pouco mais de três anos, derrubou um dos gigantes da Europa.

A frieza dos números

A diferença de posturas ficou evidente nas estatísticas. O PSG finalizou 14 vezes — apenas duas no gol. O Botafogo chutou quatro vezes e acertou todas. Uma delas, a mais importante, fez a rede balançar e mudou o rumo da competição.

Em campo, a desigualdade financeira se dissolveu na disciplina tática, na força do coletivo e na frieza de quem soube sofrer. Fora dele, os olhos da América do Sul se voltam com respeito ao clube carioca, que mostra que ainda há espaço para surpresas no futebol — desde que se jogue com coragem, convicção e alma.

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Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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