Os Estados Unidos revogaram os vistos da esposa e da filha, de 10 anos, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). A medida, anunciada nesta sexta-feira (15) pelo consulado americano em São Paulo, não alcançou o próprio ministro porque o visto dele já estava vencido desde 2024.
Segundo o comunicado, “surgiram informações indicando” que a companheira e a filha do ministro não são mais elegíveis para permanecer em território americano. Ambas estão no Brasil e tomaram conhecimento da decisão por e-mail, conforme revelou a jornalista Julia Duailibi.
A sanção integra uma ofensiva da gestão Donald Trump contra autoridades ligadas ao programa Mais Médicos. Criado em 2013, na primeira passagem de Padilha pelo Ministério da Saúde, o projeto é acusado pelos EUA de ter servido como canal de recursos para a ditadura cubana.
Além da família de Padilha, também tiveram vistos suspensos o secretário de Atenção Especializada do ministério, Mozart Julio Tabosa Sales, e o coordenador-geral da COP30, Alberto Kleiman. Para Washington, eles usaram a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como intermediária para empregar médicos cubanos no Brasil sem respeitar requisitos constitucionais, desviando repasses que seriam destinados aos profissionais e transferindo valores diretamente ao regime de Havana.
Na quinta-feira (14), durante evento em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa de Mozart Sales e minimizou a decisão dos EUA.
“Mozart, não fique preocupado com o visto dos EUA. O mundo é muito grande, o Brasil tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, você tem lugar para andar no Brasil para caramba, cara, não se importe. Lugar bonito”, disse o petista, ao inaugurar uma fábrica da Hemobrás em Goiana.