Botafogo demite Renato Paiva após queda no Mundial de Clubes

Treinador português deixa o comando após quatro meses e críticas à postura defensiva da equipe na eliminação para o Palmeiras

Renato Paiva não resistiu à eliminação no Mundial de Clubes e está fora do Botafogo. O anúncio da demissão foi feito na noite de domingo (29), menos de 24 horas depois da derrota para o Palmeiras, por 1 a 0, nas oitavas de final da competição internacional.

A passagem do técnico português durou exatos quatro meses. No comunicado oficial, o clube carioca agradeceu pelos serviços prestados e destacou a vitória sobre o Paris Saint-Germain como um dos momentos marcantes da curta trajetória de Paiva no comando.

“O Clube agradece Paiva e seus auxiliares pelos serviços prestados ao Glorioso nos últimos meses – com destaque para a vitória histórica contra o Paris Saint-Germain, na Copa do Mundo de Clubes, e a classificação para as oitavas de final da Libertadores e Copa do Brasil”, diz a nota divulgada nas redes sociais.

O nome do substituto ainda não foi anunciado. Segundo a diretoria alvinegra, a busca por um novo comandante já começou, e a escolha será feita “com responsabilidade e critério técnico”.

Críticas internas e desgaste público

A derrota para o Palmeiras, que encerrou a participação do Botafogo no Mundial, acentuou a pressão que já vinha crescendo nos bastidores do clube. A atuação excessivamente defensiva diante de um rival tecnicamente superior foi o estopim. O estilo conservador incomodou torcedores, que expressaram insatisfação nas redes sociais, e teria também desagradado o proprietário da SAF, o empresário norte-americano John Textor.

Na entrevista coletiva pós-jogo, Paiva minimizou a eliminação, atribuindo o revés a fatores circunstanciais.

“Fomos eliminados por um detalhe”, afirmou o treinador, acrescentando que os investimentos do Palmeiras estão em outro patamar. “Não temos nenhum jogador no elenco que custe o que foi pago no Paulinho”, disse, referindo-se ao autor do gol da classificação palmeirense.

A breve trajetória e seus números

Renato Paiva assumiu o Botafogo no fim de fevereiro com a missão de dar continuidade ao trabalho vitorioso de 2023, quando o clube levantou os títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. Sob sua liderança, o Alvinegro disputou 23 partidas, conquistando 12 vitórias, 3 empates e sofrendo 8 derrotas — um aproveitamento de 56,5%.

O desempenho não chegou a ser desastroso, mas também não empolgou. No Brasileirão, o time ocupa atualmente a 8ª colocação, com 18 pontos em 11 jogos. Já nas competições eliminatórias, avançou às oitavas de final da Libertadores, onde enfrentará a LDU (Equador), e da Copa do Brasil, com duelo marcado contra o Red Bull Bragantino.

O ponto alto da campanha de Paiva foi, sem dúvida, a vitória por 1 a 0 sobre o Paris Saint-Germain, atual campeão europeu, na fase de grupos do Mundial. Na ocasião, o Botafogo se fechou na defesa e, em um contra-ataque, viu Igor Jesus marcar o gol da vitória — um feito histórico para o clube.

Ainda na fase de grupos, a equipe superou o Seattle Sounders (EUA) e perdeu para o Atlético de Madrid (ESP), avançando em segundo lugar no grupo B, amplamente considerado o mais difícil da competição.

Apesar dos momentos positivos, a relação entre treinador e torcida nunca foi inteiramente sólida. A falta de identidade ofensiva, a ausência de protagonismo em jogos decisivos e as justificativas consideradas evasivas após derrotas acabaram minando o respaldo interno e externo.

Agora, o Botafogo tenta reorganizar a casa. O novo técnico terá como desafio imediato manter o clube na zona de classificação da Libertadores e reconquistar a confiança da arquibancada — um ativo que, no futebol, pode ser ainda mais exigente que a própria tabela.

Foto de Redação O Fator Brasil

Redação O Fator Brasil

O Fator Brasil é um portal de notícias que acredita no Jornalismo comprometido com a verdade dos fatos e com a ética, trazendo sempre os principais acontecimentos do Espírito Santo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também

A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

Tendência

plugins premium WordPress
O Fator Brasil