Espírito Santo supera a média nacional e consolida crescimento no setor, com alta de 9,2% no primeiro trimestre e desempenho acima de destinos tradicionais como Bahia e Minas Gerais
Pela nona vez consecutiva, o turismo do Espírito Santo fechou um mês em alta. Em março, o volume de atividades do setor foi 3,4% maior que no mesmo período do ano anterior. Com isso, o estado encerrou o primeiro trimestre de 2025 com crescimento acumulado de 9,2% — o quarto melhor resultado desde o início da série histórica, iniciada pelo IBGE em 2011.
A marca ganha ainda mais peso ao considerar o cenário de 2024, quando o setor amargou queda de 9,4% no mesmo período. Agora, o Espírito Santo não apenas reverte a tendência negativa, como supera a média nacional, que foi de 5,4%, e deixa para trás estados de peso no mercado turístico, como Bahia (8,9%) e Minas Gerais (0,8%).
“Entre os estados brasileiros, o crescimento capixaba de 9,2% só foi superado por Rio de Janeiro (11,8%), Santa Catarina (11,3%) e Pará (10,2%). Os dados mostram que o Espírito Santo conseguiu se destacar, ficando com uma taxa de expansão das atividades turísticas acima de estados vizinhos com produtos turísticos fortemente consolidados no país, como a Bahia (8,9%) e Minas Gerais (0,8%)”, afirmou André Spalenza, coordenador do Connect Fecomércio-ES, núcleo de pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado.
O levantamento foi realizado com base nos dados do Índice de Atividades Turísticas (Iatur), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e analisa o desempenho de hotéis, agências, transportes, serviços e alimentação vinculados ao turismo.
Com o fim do verão em março, a mudança no perfil dos visitantes já começa a ser percebida. O tradicional turismo de sol e praia dá lugar a novos interesses: clima de serra, gastronomia, ecoturismo e aventuras ao ar livre. Essa transição tem sido bem aproveitada pelo setor, que aposta na diversidade regional como trunfo para manter o fluxo de visitantes em alta.
“Esse perfil diversificado é um diferencial do Espírito Santo em relação a estados vizinhos, como a Bahia, e outras regiões do Nordeste, onde o turismo é mais concentrado no verão. Diante disso, é fundamental manter e ampliar as ações de divulgação do Espírito Santo como um destino turístico com atrativos durante todo o ano, reforçando seu potencial para receber visitantes tanto no verão quanto nas demais estações”, ressaltou Spalenza.
Viagem mais acessível também impulsiona crescimento
Outro fator que pode ter colaborado para o avanço do turismo capixaba no início de 2025 é o comportamento dos preços. Em março, pacotes turísticos registraram queda de 3,06%, enquanto os preços das hospedagens caíram 0,13%. Mesmo a alimentação fora do domicílio, que subiu 0,59%, ficou abaixo da média nacional de 0,77% no período.
Embora as passagens aéreas (11,44%) e as de ônibus interestadual (1,02%) tenham tido aumento no mês, os dados do trimestre apontam leve recuo nesses custos, o que tende a favorecer o turismo doméstico e estimular o deslocamento interno.
“Somada à redução nos preços dos pacotes turísticos, essa tendência pode contribuir para tornar as viagens mais acessíveis, favorecendo o turismo local e estimulando o aumento no fluxo de visitantes”, observou Spalenza.
A pesquisa completa está disponível no site do Sistema Fecomércio-ES e reforça a aposta da entidade em um modelo de turismo sustentável, descentralizado e ativo durante todo o ano. A projeção para o primeiro semestre é positiva, com chances reais de o estado alcançar patamares de movimentação turística superiores aos de antes da pandemia.
No centro desse cenário está um Espírito Santo que tem se mostrado maduro, com capacidade de competir em um mercado exigente, sem abrir mão de sua identidade regional — e sem depender exclusivamente da alta temporada.

























