Black Friday começa nesta 6ª com faturamento estimado de R$ 5,22 bi

Expectativa é de alta de só 0,4% ante 2023; inadimplência é um dos motivos para o baixo aumento anual

A Black Friday é realizada pelo comércio de todo o país nesta 6ª feira (29.nov.2024) e deve movimentar R$ 5,22 bilhões, o que seria uma alta de 0,4% ante os R$ 5,20 bilhões de 2023, segundo projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). 

De acordo com Fábio Bentes, economista da CNC, o aumento de 2023 para 2024 é tímido, mas se deve ao mercado de trabalho aquecido. Um dos fatores que faz com que o crescimento seja baixo é a inadimplência no país. De acordo com a CNDL/SPC Brasil, 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro no Brasil, o que representa 41,2% dos adultos. 

“A inadimplência leva a um crédito mais caro. O crédito fica mais restrito e o consumidor brasileiro geralmente não entende muito como uma taxa de juros alta impacta na sua capacidade de consumo”, disse Bentes.

Para o economista, a evolução dos preços é o principal fator que influencia nas decisões de compra dos consumidores durante a Black Friday. “O consumidor está de olho em um produto, mas muda a decisão de consumo em função de um desconto oportuno para ele”.

Segundo Bentes, a Black Friday é predominantemente on-line no Brasil. “O que faz o brasileiro se interessar pela data é a possibilidade de encontrar descontos e, no mundo virtual, é muito mais fácil fazer esse comparativo de preço. Mas é cada vez mais complicado separar o físico do on-line porque a loja física também vende on-line frequentemente”

O economista afirma que a principal vantagem da Black Friday para as empresas é que a data é um termômetro do que esperar das vendas para o Natal. Ele também explica que muitas empresas colocam as promoções desde o começo de novembro, e não só de fato na última 6ª feira do mês, porque os brasileiros geralmente recebem o salário no começo do mês e, quando chega no final, tende a não sobrar dinheiro para comprar.

“As varejistas começaram a estender o período de promoções para além da última 6ª feira do mês para evitar, por exemplo, problemas de acesso no site ou problemas com entregas”, afirma Giovanna Masullo, CEO da empresa de pesquisas Ponto Map.

Para 27% dos entrevistados de um levantamento da empresa, o principal desafio da Black Friday é identificar se os descontos são reais. Outros 20% falam que tomam cuidado para não cair em golpes ou fraudes. Ou seja, ao somar esses 2 percentuais, pode-se dizer que 47% dos consumidores afirmam que, mais do que buscar ofertas, eles se preocupam em evitar problemas. Esses percentuais estão em um levantamento realizado pela Ponto Map e pela V-Tracker sobre a Black Friday.

Giovanna afirma que existem, sim, bons descontos na data, mas também há “muita maquiagem”. A CEO da Ponto Map diz que o consumidor precisa ficar atento e fazer pesquisa de preços pela internet, por exemplo. 

Segundo a companhia, a variação de preços de um mesmo produto chega a 144,8%.

“Com tamanha variação, o consumidor pode perder parâmetros e quando ele deixa de ter parâmetros, fica mais fácil de ser enganado. Então, é muito importante pesquisar na internet. Hoje em dia essa pesquisa é fácil e rápida. É diferente de um tempo em que não tínhamos internet e que o consumidor precisava ir de loja em loja física para fazer uma pesquisa”, afirma Giovanna. 

Já o meio de pagamento que será mais usado é o cartão de crédito (37%), seguido do Pix (25%), diz a pesquisa da Ponto Map. Segundo Giovanna, o Pix pode ganhar mais espaço ao longo dos anos, mas o cartão de crédito segue sendo o preferido porque tem funcionalidades como parcelamento e benefícios como milhas e cashback.

O principal objetivo das compras na Black Friday para 25% dos consumidores é aproveitar as promoções para adquirir itens de 1ª necessidade (clique aqui para abrir em outra aba):



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Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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