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Real enfraquecido deve tirar Brasil das 10 maiores economias do mundo

Projeções feitas por Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, indicam que o Brasil deverá sair da lista das 10 maiores economias globais em 2024, devido à desvalorização do real em relação ao dólar. No primeiro trimestre deste ano, o país ocupava a oitava posição, ficando à frente da Itália e do Canadá, mas caiu para a décima colocação nas estimativas mais recentes, baseadas em informações do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A Rússia, atualmente com uma diferença de aproximadamente 4 bilhões de dólares a menos, deve superar o Brasil caso os indicadores econômicos previstos pelo FMI se confirmem até o final do ano. Essa estimativa leva em conta que o real foi a sétima moeda mais desvalorizada globalmente em 2024. Além disso, se o dólar permanecer em alta e a taxa média de câmbio alcançar R$ 6,00 em 2025, o Brasil poderá ainda ser ultrapassado pela Coreia do Sul.

Apesar do crescimento de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre e de 0,9% no terceiro trimestre, superando as projeções do mercado financeiro, a desvalorização do real prejudicou a posição do país no ranking econômico global. Nos dois trimestres mais recentes, o Brasil registrou taxas de crescimento maiores que as da Itália e do Canadá, mas esse desempenho não foi suficiente para impedir a queda de posições.

De acordo com o levantamento do FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil está projetado para alcançar 2,188 trilhões de dólares em 2024, enquanto o da Rússia deve atingir 2,184 trilhões. O crescimento real do país foi estimado em 3,04%, com uma taxa nominal de 6,98%, gerando um deflator implícito de 3,81%, indicador que reflete a variação dos preços ao longo do tempo, ajustando os valores em função da inflação.

Estimativas da Austin Rating apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode alcançar 2,175 trilhões de dólares em 2024, ficando atrás do da Rússia, caso os indicadores econômicos russos se mantenham estáveis. Alex Agostini utilizou como base uma taxa de crescimento nominal de 8,2%, um deflator implícito de 4,7% e uma taxa real de 3,3% para este ano.

De acordo com o economista, deixar o grupo das 10 maiores economias mundiais, por si só, não traz um impacto significativo. Contudo, ele ressaltou que investidores internacionais consideram o PIB em dólares como um dos critérios em suas decisões de investimento. Agostini apontou que a redução do PIB em dólares reflete desequilíbrios macroeconômicos, levando os investidores a avaliar fatores como câmbio, inflação, juros e contas fiscais. Ele explicou que os problemas fiscais no Brasil têm contribuído para a elevação da taxa de juros, o que acaba impactando negativamente o câmbio.

Os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar no ranking global de economias, com um PIB de 29,17 trilhões de dólares, seguidos pela China, com 18,17 trilhões, e pela Alemanha, com 4,71 trilhões. A Rússia registra um PIB de 2,184 trilhões. O dólar comercial encerrou cotado a R$ 6,06, mas a taxa média de câmbio em 2024, até o início de dezembro, foi de R$ 5,33. Segundo Agostini, é praticamente inviável que a taxa média alcance R$ 6,00 no período restante do ano.

O economista alertou que a desvalorização do real pode comprometer ainda mais a posição do Brasil em 2025. Ele destacou que, caso o pacote fiscal de revisão de despesas não alcance o objetivo de equilibrar as contas públicas, a pressão sobre o câmbio poderá aumentar. Com uma taxa média de câmbio de R$ 6,00 no próximo ano, o PIB em dólares poderia recuar para 2,050 trilhões, representando uma perda de 250 bilhões de dólares e a queda para a 12ª posição no ranking global, com possibilidade de alcançar a 13ª colocação.

Em 2023, o Brasil voltou a figurar entre as 10 maiores economias do mundo, alcançando a oitava posição no primeiro trimestre. No entanto, apesar de registrar um crescimento superior ao previsto, o país não conseguiu sustentar essa colocação.

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Redação O Fator Brasil

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Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal da Serra, do dia 14 de maio, o vereador Pastor Dinho (PL) foi alvo de um ataque ofensivo e racista por parte de manifestantes presentes na galeria. Um dos cartazes exibidos o chamava de “Pastor Capitão do Mato”, expressão historicamente associada à repressão de negros escravizados — considerada profundamente ofensiva, especialmente contra um parlamentar negro, evangélico e defensor de pautas conservadoras.

O ataque aconteceu na frente da vereadora Raphaela Moraes (PP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que assistiu à cena sem qualquer manifestação de repúdio ou solidariedade.

O vereador repudiou o ato, afirmando que foi vítima de racismo e cobrou providências imediatas.

Fui atacado não só como vereador, mas como homem negro, pastor e cidadão.” disse Pastor Dinho.

Abrindo um comparativo, vale lembrar o caso de Ciro Gomes, que em 2020 foi condenado judicialmente por ter chamado o vereador paulistano Fernando Holiday de “capitão do mato” durante uma entrevista. À época, a Justiça reconheceu o caráter racista da expressão e determinou que o ex-presidenciável pagasse indenização ao parlamentar. O episódio serve como precedente jurídico e reforça a gravidade do que ocorreu na Câmara da Serra.

A omissão e ausência de posicionamento da Comissão de Direitos Humanos diante de um caso claro de racismo gerou indignação e levantou questionamentos sobre o comprometimento institucional do colegiado com a defesa dos direitos fundamentais, principalmente quando o alvo pertence a um espectro político diferente.

Confirmação no Rio Grande do Sul acende alerta sanitário, mas Ministério da Agricultura garante que não há riscos para o consumo de carne e ovos

O vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) ultrapassou uma barreira inédita no Brasil: chegou, pela primeira vez, a uma granja comercial. O foco foi identificado em um matrizeiro — estrutura voltada à produção de ovos férteis — no município de Montenegro, região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A confirmação foi divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Ministério da Agricultura.

“Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa”, informou a pasta, em nota oficial.

Apesar do alerta, o governo federal foi direto em acalmar os consumidores: o consumo de carne de aves e ovos permanece seguro.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, esclareceu o ministério.

A confirmação do foco ativou o Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. Equipes de vigilância já estão em campo para aplicar as medidas de contenção e erradicação previstas no protocolo, com o objetivo de proteger o setor produtivo e preservar o abastecimento.

“As medidas visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”, acrescentou a pasta.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e os parceiros comerciais do Brasil também serão oficialmente comunicados.

Embora a presença do vírus em aves silvestres tenha sido registrada desde 2023 — com 163 ocorrências em animais selvagens e três em criações caseiras, segundo a plataforma oficial de monitoramento — até agora o sistema de produção comercial seguia intacto. Há ainda três novos casos em análise.

O Ministério da Agricultura destacou que o Brasil se preparou ao longo de duas décadas para esse tipo de cenário. Segundo a nota, o Serviço Veterinário Oficial foi treinado e equipado desde os anos 2000 para enfrentar emergências sanitárias envolvendo a gripe aviária.

“Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil. Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos”, destacou o ministério.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e mantém protocolos rígidos para garantir a sanidade do rebanho aviário. A confirmação do caso comercial não implica, até o momento, em barreiras automáticas ao comércio exterior, mas reforça a necessidade de vigilância redobrada nos próximos meses.

Com taxa nacional em 7%, levantamento do IBGE revela crescimento da informalidade, disparidades regionais e diferença acentuada entre grupos sociais

A lenta recuperação do mercado de trabalho brasileiro sofreu novo revés no primeiro trimestre de 2025. Dados divulgados nesta sexta-feira (16) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, indicam que o desemprego cresceu em 12 estados e manteve-se estável nos demais, elevando a taxa nacional de desocupação de 6,2% — registrada no último trimestre de 2024 — para 7%.

Na ponta mais frágil da lista estão Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). Do outro lado, com os menores índices de desemprego, aparecem Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).

Os números, no entanto, não se resumem às variações percentuais entre estados. Eles carregam contrastes mais profundos. As mulheres enfrentam uma taxa de desocupação de 8,7%, enquanto entre os homens o percentual é de 5,7%. Entre os brasileiros pretos, o desemprego chega a 8,4%. Entre os pardos, 8%. Já entre os brancos, fica em 5,6%.

O grau de escolaridade também pesa: quem tem ensino médio incompleto enfrenta uma taxa de desocupação de 11,4%. Para quem concluiu o ensino superior, o índice cai para 3,9%.

A informalidade segue como marca estrutural do mercado de trabalho no país. Segundo o IBGE, 38% dos trabalhadores atuam sem registro em carteira ou CNPJ. Os estados do Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%) concentram as maiores taxas. Já Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%) registram os menores percentuais.

Apesar das dificuldades, alguns estados mantêm alto nível de formalização. Santa Catarina lidera com 87,8% dos empregados do setor privado com carteira assinada. São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%) também figuram entre os melhores índices.

Outro dado relevante do levantamento é a taxa de trabalhadores por conta própria: 25,3% dos brasileiros atuam como autônomos, realidade mais comum em Rondônia (35,6%) e Maranhão (32,7%).

O retrato do início de 2025 aponta um mercado desigual, pressionado por informalidade, regionalismo e barreiras históricas que dificultam o acesso ao emprego formal. Para grande parte da população, especialmente a que vive fora dos grandes centros, a recuperação ainda parece distante.

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