“Não é normal o que está acontecendo”, afirmou o presidente. A entrevista foi concedida à Rádio Sociedade, da Bahia.
Lula disse que pretende realizar um encontro para debater o assunto. “Nós temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar porque se não estaria alertando meus adversários”, afirmou o presidente. “Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião.”
Lula usou indicadores econômicos atuais para questionar a alta. “O PIB está crescendo mais que a previsão do mercado, desemprego caindo mais que a previsão do mercado, massa salarial crescendo mais, 87% dos acordos salariais estão com ganho real”, argumentou o presidente, que tem repetido a tese de “especulação”.
As altas se dão em meio a uma “guerra” de Lula contra o presidente do Banco Central. Lula voltou a repetir as críticas contra Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e à autonomia do banco.
Lula também reafirmou que o governo está buscando soluções para o corte de gastos. Pressionado pelo mercado, a equipe econômica tem feito um pente fino na administração federal para apresentar alternativas ainda neste mês. “Falei para o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad: ‘Você me apresenta excesso de gastos. Se alguém estiver aplicando mal o dinheiro, a gente para'”, disse Lula.
O presidente está na Bahia desde ontem (1º) para inauguração e anúncio de obras. Ele participou da entrega da duplicação da BR-116, em Feira de Santana, a 120 km de Salvador, e depois foi a mais um evento na capital baiana. Hoje, ele participa da celebração do 2 de Julho em Salvador e, à tarde, parte para o Recife.