O que vem a seguir não deixa dúvidas. Aos 20 anos, Léo não tinha experiência como jogador profissional. Depois de passar dois meses pelo sub-20 da Chapecoense, de tentar a sorte em peneiras de Grêmio e Inter — ambos sem sucesso — e de defender equipes de futsal, ele ouviu uma conversa que interessou.
“Eram uns empresários, que nem eram empresários oficiais, digamos assim. Eram pessoas que conheciam brasileiros que moravam na Suécia. Eu nem lembro direito como aconteceu: mas me levaram pra Suécia para fazer testes. A promessa era de fazer testes na primeira e segunda divisão”, conta Léo.
Naquela época, Léo não precisava se beliscar para acordar. Chegando na Suécia, o sonho virou golpe: ele foi jogar no Fanna BK, da quinta divisão, com a promessa de ter moradia e 500 euros mensais.
“Fiquei lá um ano e meio e nunca vi um euro”, lembra. A moradia era no sótão da casa do dono do time. Sem dinheiro, o pagamento vinha em forma de comida.
“A gente comia quando o dono da casa, que era o dono do time, comprava comida. Só que às vezes ele viajava e comprava comida teoricamente para uma semana. Em quatro ou cinco dias a comida acabava, e a gente tinha que ficar uns dois dias na água”, recorda.
“Eu não tinha vida, não tinha dinheiro, eu não tinha 5 euros no bolso pra comprar alguma coisa no mercado. Eu estava basicamente vivendo como um escravo, cara”.