Morre aos 93 anos o pastor Gedelti Gueiros, fundador da Igreja Cristã Maranata

Referência espiritual para milhares de fiéis, Gedelti dedicou a vida à pregação do evangelho e deixa um legado marcado pela fé, pela defesa da família e pela formação de discípulos

O Espírito Santo amanheceu em luto neste sábado (5). Morreu, aos 93 anos, o pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, fundador e presidente da Igreja Cristã Maranata, uma das maiores congregações evangélicas do país, com raízes profundas no Estado e presença em diversos países.

Internado por complicações cardíacas, Gedelti faleceu durante a madrugada. A notícia foi confirmada pela própria igreja nas redes sociais, onde um vídeo em homenagem à memória do pastor foi publicado. No material, ele aparece refletindo sobre o ciclo da vida.

“A vida é um jardim onde as saudades estão plantadas, disse ele em um dos trechos”.

O velório será realizado no Maanaim de Carapina, na Serra, a partir das 16h deste sábado. No domingo (6), haverá culto às 13h no mesmo local. O cortejo fúnebre seguirá em caminhão do Corpo de Bombeiros até o cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, Vila Velha, onde ocorrerá o sepultamento às 16h.

Luto oficial no Espírito Santo

A repercussão da morte do pastor Gedelti foi imediata. No X (antigo Twitter), o governador Renato Casagrande decretou luto oficial de três dias em todo o Estado.

“Um homem de fé, que dedicou sua vida ao Evangelho e tocou milhares de pessoas com sua missão. Minha solidariedade a sua família e à Igreja Maranata, escreveu o governador.”

As prefeituras de Vitória, Vila Velha e Cariacica também decretaram luto oficial por três dias. O vice-governador, Ricardo Ferraço, prestou sua homenagem com palavras que sintetizam o sentimento de muitos capixabas:

“Amigo, sábio, líder, defensor da família e missionário da fé em nosso estado, no Brasil e no mundo. Momento de tristeza, dor e profunda reflexão, declarou Ferraço”.

Uma trajetória firmada na fé e no serviço

Nascido em 19 de novembro de 1931, em Bom Jesus do Itabapoana (RJ), Gedelti Gueiros mudou-se ainda criança para Vila Velha, onde cresceu e começou a trilhar o caminho que marcaria sua história e a de milhares de fiéis.

Na juventude, formou-se em Odontologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde também atuou como monitor e professor assistente, fundando a disciplina de Clínica Protética. Trabalhou como cirurgião-dentista da Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo (AFPES) e da Escola de Aprendizes-Marinheiros do Estado.

Mas foi na década de 1960 que sua vocação para o ministério se impôs. Em 3 de janeiro de 1968, em Vila Velha, nasceu oficialmente a Igreja Cristã Maranata — embora o primeiro culto tenha ocorrido ainda em 1967. Inspirado pela mensagem bíblica da volta de Jesus, o nome Maranata passou a ser sinônimo de uma fé vibrante, com raízes na doutrina pentecostal, e cuja sede permanece até hoje no município capixaba.

Em 2022, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo instituiu a Comenda Pastor Gedelti Gueiros, honraria concedida a pessoas que se destacam na propagação da Palavra de Deus. Na ocasião, o homenageado fez um discurso comovente:

Tenho a impressão de que Deus está me dando oportunidade para me dirigir a tantas pessoas com uma palavra de gratidão. A vida não se faz isoladamente. Ninguém é ninguém isoladamente. Ninguém vive para si, nem morre para si, afirmou.

Um líder que moldou gerações

Mais do que um líder religioso, Gedelti Gueiros foi mestre e referência espiritual para várias gerações. Seu estilo firme, sua ênfase na revelação bíblica e sua preocupação com a formação espiritual marcaram profundamente a identidade da Maranata. A igreja, que nasceu em solo capixaba, hoje está presente em todos os estados brasileiros e em países como Estados Unidos, Portugal e Angola.

Mesmo nos últimos anos, já longe da rotina intensa dos cultos e atividades institucionais, Gedelti continuava sendo a voz mais ouvida dentro da comunidade. Suas pregações gravadas, seu legado doutrinário e sua presença nos congressos anuais eram sempre aguardados com reverência.

O luto é profundo, mas a semente plantada por ele permanece viva nos corações de quem compartilhou de sua fé. Como dizia o próprio pastor, em uma de suas mensagens:

“A eternidade é um lugar que começa no coração daqueles que creem”.

Foto de Redação O Fator Brasil

Redação O Fator Brasil

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A Secretaria da Justiça (Sejus) adquiriu dez drones de última geração para ampliar o monitoramento e o apoio operacional nas unidades prisionais do Espírito Santo. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional (Moderniza-ES), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e vão desempenhar um papel estratégico no fortalecimento das ações da Polícia Penal do Estado, oferecendo uma visão aérea que ampliará a eficiência em operações e treinamentos.

Com o investimento da ordem de R$ 586 mil, os equipamentos com tecnologia de ponta vão ajudar a ampliar a eficiência da segurança, monitoramento, fiscalização e apoio logístico nas unidades prisionais. As aeronaves permitem vigilância aérea eficaz, com capacidade de cobrir áreas restritas e de difícil acesso, proporcionando maior agilidade e precisão nas operações de vigilância e monitoramento dos perímetros das unidades penitenciárias e eventuais ações de recaptura.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destacou que o investimento representa um passo importante na modernização e eficiência das ações da Polícia Penal no Estado.   “Estamos investindo em tecnologia de ponta para fortalecer o trabalho da Polícia Penal e otimizar as ações de segurança e inteligência prisional. Por meio do Moderniza-ES, seguimos ampliando e modernizando os serviços e projetos do sistema prisional capixaba. Essas iniciativas aumentam nosso poder de gestão e contribuem diretamente para a redução da violência no Espírito Santo”, ressaltou Rafael Pacheco.

Capacitação

Para capacitar os operadores dos novos drones, a Academia da Polícia Penal (Acadeppen) iniciou neste mês mais um treinamento voltado para a formação continuada de pilotos do equipamento. Ao todo, 46 policiais penais recebem capacitação técnica.

Com os equipamentos, modelo Matrice 30T, será possível ampliar as ações operacionais e de inteligência no sistema prisional, como o monitoramento das saídas e entradas dos custodiados nas unidades prisionais, o acompanhamento aéreo dos locais de banho de sol, bem como reforçar o trabalho realizado pelo serviço de inteligência prisional.

Os novos drones têm câmera térmica capaz de visualizar e medir a radiação infravermelha, emitida por corpos ou objetos, convertendo-a em imagens com cores que indicam diferentes temperaturas, recurso que auxilia o operador de segurança também nas missões noturnas.

O equipamento tem autonomia de voo de 41 minutos, com uma distância de transmissão de 15 quilômetros, além de sistema de detecção de obstáculos capaz de auxiliar o piloto na navegação. Além disso, tem quatro câmeras com diferentes tecnologias de zoom e captura de imagem.

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (15) suspender a ação penal que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O pedido partiu do próprio PL e foi aprovado por 268 votos a favor, 167 contrários e quatro abstenções.

A decisão, oficializada pela Resolução nº 30/25, será comunicada ao Supremo. O parecer do relator, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), já havia recebido aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e acabou mantido pelo plenário.

O processo contra Gayer foi movido pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (GO), que o acusa de injúria, calúnia e difamação. A ação tem como origem um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2023, no qual o deputado criticava o resultado da eleição para a Mesa do Senado e fez comentários sobre o próprio Vanderlan e o STF.

O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes e se encontra na fase final das alegações.

Em seu relatório, Cathedral afirmou não ver elementos que sustentem as acusações de calúnia e difamação, acompanhando as conclusões da Polícia Federal.

“Subscrevemos as conclusões da Polícia Federal e concluímos que o mais adequado seria o não recebimento da queixa-crime relativamente a esses crimes”, disse o relator.

Ele reconheceu, porém, que as falas de Gayer poderiam ser interpretadas como injúria, mas ponderou que é preciso levar em conta se a manifestação estava amparada pela inviolabilidade parlamentar prevista na Constituição.

Pelas regras constitucionais, a Câmara tem até 45 dias para decidir se autoriza o andamento da ação ou se a suspende enquanto durar o mandato. Durante esse período, o prazo de prescrição fica interrompido.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de enfraquecer, e, em última instância, derrubar, o presidente Nicolás Maduro. A decisão marca uma escalada clara na política norte-americana contra Caracas e já provoca repercussão internacional.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, a autorização faz parte de um conjunto de medidas que inclui pressão militar na região e ações de inteligência para desarticular redes de tráfico e, possivelmente, capturar líderes venezuelanos. As alternativas avaliadas vão desde operações encobertas até ações terrestres limitadas, planejadas para pressionar o regime sem uma invasão em larga escala.

A Casa Branca justificou a medida com dois objetivos práticos: conter o fluxo de drogas provenientes da Venezuela e reagir a episódios recentes de prisioneiros que, segundo o governo americano, cruzaram a fronteira para os EUA. O movimento ocorre enquanto a presença militar norte-americana no sul do Caribe se mantém visível, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico, gerando debates sobre legalidade e transparência.

Fontes afirmam que a autorização dá à CIA liberdade para atuar sozinha ou em conjunto com forças militares, coordenada pelo Estado-Maior Conjunto. Entre os defensores da ação estão membros da ala mais dura do governo e o secretário de Estado, Marco Rubio. Detalhes operacionais, no entanto, permanecem em sigilo, alimentando críticas no Congresso sobre supervisão e prestação de contas.

A reação internacional foi imediata. Caracas classificou a medida como uma agressão direta à soberania venezuelana, mobilizando tropas e milícias, enquanto analistas e governos da região passam a avaliar os riscos de uma escalada militar e os possíveis impactos humanitários de uma operação que combina ações encobertas, pressão política e presença naval.

A confirmação pública de Trump, incomum para operações secretas, muda a dinâmica política: abre debates sobre limites legais, supervisão do Congresso e os riscos de um conflito regional. Mais do que uma ação isolada, a medida sinaliza que os EUA estão dispostos a usar ferramentas não convencionais para atingir objetivos de política externa, com efeitos incertos para a estabilidade hemisférica.

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