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PF indicia Bolsonaro e militares por plano de golpe

Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado.

Além do ex-presidente, a Polícia Federal identificou indícios de crimes envolvendo outras 36 pessoas. O relatório final foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os citados estão ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), o general Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Defesa); o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); além do ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, também foi indiciado. O militar, que é delator no caso, depõe nesta quinta-feira (21) no Supremo Tribunal Federal (STF). Este depoimento foi considerado o passo final para a conclusão do caso.

O inquérito concluído inclui a participação nos atos de 8 de janeiro, conspirações golpistas ocorridas durante as eleições presidenciais de 2022 e um plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSD) e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Plano de assassinato

Na manhã de terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra uma organização criminosa acusada de planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a Polícia Federal, o grupo, composto majoritariamente por militares das Forças Especiais (FE), conhecidos como “kids pretos”, tinha como objetivo realizar um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito em 2022.

Os investigados teriam arquitetado os assassinatos de Lula e do então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para o dia 15 de dezembro de 2022. A Polícia Federal também relatou que Moraes estava sendo monitorado de forma constante.

A organização também planejava a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar as repercussões das ações.

8 de Janeiro

No dia 8 de janeiro de 2023, simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e destruíram a sede dos Três Poderes, em Brasília.

O episódio ocorreu como uma forma de protesto contra o resultado das eleições presidenciais de 2022. Naquele momento, o governo federal decretou intervenção na segurança do Distrito Federal, e mais de 1.800 pessoas foram presas nos dias subsequentes à invasão.

As investigações tiveram como objetivo identificar financiadores e grupos organizados nas redes sociais envolvidos no planejamento dos ataques. Bolsonaro também passou a ser investigado após surgirem evidências de que ele incentivou discursos golpistas.

O STF aceitou as denúncias contra centenas de envolvidos por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de derrubar violentamente o estado democrático de direito. Vários réus já foram condenados.



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Redação O Fator Brasil

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José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e ex-governador de São Paulo, morreu na madrugada deste domingo, 20, aos 93 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês. A causa da morte não foi divulgada. O velório está previsto para ocorrer ainda hoje, também na capital paulista.

Advogado de formação, Marin iniciou a vida pública na década de 1960. Foi vereador e deputado estadual em São Paulo, exercendo mandatos pela antiga Arena, partido da base do regime militar. Nos anos 1980, foi vice-governador durante a gestão de Paulo Maluf. Em 1982, com a renúncia de Maluf para disputar a presidência, assumiu o governo do estado.

No futebol, começou a atuar nos bastidores a partir dos anos 1980. Presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988 e chefiou a delegação da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. Décadas depois, com a renúncia de Ricardo Teixeira, assumiu a presidência da CBF em 2012, liderando a entidade durante a preparação e a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Durante a passagem pelo comando da confederação, Marin se manteve como uma figura influente nos bastidores, mesmo diante de críticas públicas ao modelo de gestão da entidade. Em 2015, no entanto, seu nome foi envolvido em um dos maiores escândalos da história do futebol mundial.

Naquele ano, foi preso em Zurique, na Suíça, durante uma operação internacional coordenada pelo FBI, que investigava um amplo esquema de corrupção na Fifa. A Justiça americana o acusou de envolvimento no recebimento de propinas relacionadas à negociação de direitos de transmissão e marketing esportivo. Após a extradição para os Estados Unidos, Marin foi julgado e condenado à prisão.

Em 2020, foi autorizado a retornar ao Brasil em meio à pandemia de Covid-19, por razões de saúde. Três anos depois, em 2023, sofreu um acidente vascular cerebral em São Paulo e desde então estava afastado da vida pública.

Em nota divulgada na manhã deste domingo, a CBF lamentou a morte do ex-presidente e afirmou que Marin “dedicou parte importante de sua vida ao futebol brasileiro”.

Figura marcada por décadas de atuação nos bastidores do poder político e esportivo, Marin encerrou a vida longe dos palcos que o consagraram, mas com um nome definitivamente inscrito nos capítulos mais controversos do futebol nacional.

Ex-prefeito da Serra sai do governo Casagrande e abre espaço para nome ligado ao setor empresarial

Sérgio Vidigal não é mais o titular da Secretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo. A saída do ex-prefeito da Serra foi confirmada pelo governador Renato Casagrande, do PSB, na noite de sexta-feira, 18, por meio de uma publicação nas redes sociais.

De acordo com o governo, a decisão partiu do próprio Vidigal, que optou por deixar o cargo para retomar a carreira médica e se dedicar a projetos pessoais.

A mudança encerra uma passagem breve, mas estratégica. Vidigal havia assumido a pasta em fevereiro deste ano, quando substituiu o vice-governador Ricardo Ferraço, que decidiu deixar a função para focar nas atribuições do seu mandato.

Quem assume o posto agora é o empresário Rogério Salume, fundador do clube de vinhos Wine. Nome conhecido no meio corporativo, Salume chega ao governo com a promessa de imprimir um ritmo mais empresarial à gestão da pasta.

“O novo secretário tem a missão de contribuir com o desenvolvimento do Espírito Santo, trazendo sua experiência no setor privado”, afirmou Casagrande, ao anunciar a nomeação.

Embora o governo trate a saída de Vidigal como uma escolha pessoal, a troca sinaliza um movimento mais amplo. Em um momento de rearranjos políticos, o Palácio Anchieta se aproxima de figuras com forte presença no setor produtivo, num esforço de fortalecer laços com o empresariado em ano pré-eleitoral.

Vidigal, por sua vez, se despede do Executivo estadual sem anunciar novos planos na política. Médico por formação e com trajetória consolidada na vida pública, ele volta à medicina, ao menos por agora, como prioridade.

Ex-presidente é alvo de mandados e medidas cautelares determinadas por Alexandre de Moraes no inquérito que apura suposta trama golpista

A sexta-feira amanheceu com mais um desdobramento incisivo na investigação que apura uma possível tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal cumpriu, nas primeiras horas da manhã, dois mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL de São Paulo. Os alvos foram sua residência e imóveis ligados ao Partido Liberal. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dentro da Petição nº 14129.

Além das buscas, Bolsonaro passou a ser alvo de uma série de medidas cautelares. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa entre 19h e 7h, inclusive nos fins de semana. Também não poderá manter contato com embaixadores ou diplomatas estrangeiros, nem se aproximar de embaixadas.

As restrições incluem ainda a proibição de qualquer comunicação com os demais investigados no processo e a suspensão do uso de redes sociais. As decisões têm como base uma representação da Polícia Federal, respaldada por parecer favorável da Procuradoria-Geral da República.

O ex-presidente não é o único alvo da ação. Também figuram no processo militares da reserva e ex-ministros de seu governo. Todos são acusados pela PGR de integrar uma articulação com o objetivo de reverter, por meios ilegais, o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Na segunda-feira, 14, a Procuradoria pediu formalmente a condenação de Bolsonaro. No pedido, a instituição descreve o ex-presidente como o “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos” no suposto plano para desestabilizar a democracia.

“Trata-se de um plano meticulosamente desenhado, no qual Jair Bolsonaro ocupava posição central, com a intenção clara de romper a normalidade democrática”, afirmou a PGR no documento enviado ao Supremo.

As medidas impostas nesta sexta-feira aumentam a pressão sobre Bolsonaro, que já responde como réu em outras ações na Corte. Aliados do ex-presidente enxergam as ações como perseguição política, enquanto os investigadores sustentam que há indícios concretos de envolvimento. Até o momento, a defesa de Bolsonaro não se manifestou publicamente.

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