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Padroeiro dos motoristas, São Cristóvão é celebrado nesta quinta-feira

Tríduo, carreata e benção dos veículos são algumas das devoções vividas nas paróquias dedicadas ao santo; Conheça o testemunho de quem teve uma prece atendida por São Cristóvão

Laura Lo Monaco
Da Redação 

São Cristóvão e o menino Jesus segurando o globo terrestre / Foto: PASCOM Paróquia São Cristóvão em Valinhos

Nesta quinta-feira, 25, a Igreja recorda o mártir São Cristóvão, conhecido como protetor dos viajantes e dos motoristas. Nas paróquias que têm São Cristóvão como padroeiro, as comemorações se iniciam três dias antes, com o tríduo e, no dia 25, se realiza a tradicional carreata e benção dos veículos – momento em que os devotos pedem a intercessão do santo e o livramento de todos os subterfúgios e acidentes.

Segundo a tradição, Réprobo – nome de São Cristóvão antes de sua conversão -, era um homem de grande estatura e bruta aparência. Com formação militar e dotado de notável força física, ele buscava servir ao rei mais poderoso do mundo. Após um tempo de procura, descobriu que nenhum rei da terra se comparava a Jesus Cristo. Converteu-se então ao catolicismo e, após a catequese de um eremita, foi batizado. Passou a viver às margens de um rio de águas turbulentas, ajudando as pessoas na travessia para, assim, servir a Jesus ajudando ao próximo. 

Conversão

Numa ocasião, apareceu um menino que pediu para ser levado até a outra margem. Com o pequeno nos ombros, Réprobo começou a travessia. No meio do leito do rio, o menino ficou muito pesado e os dois quase afundaram. Quando chegaram à outra margem, São Cristóvão questionou o menino: “Porque és tão pesado assim?”. Ele respondeu: “porque eu carrego o peso do mundo”. Aquele menino era Jesus Cristo, o Criador e que carregava o peso do mundo.

Pe. Maurício Inácio da Paróquia São Cristóvão, em Valinhos / Foto: arquivo pessoal

Pe. Maurício Inácio da Paróquia São Cristóvão, em Valinhos / Foto: arquivo pessoal

O pároco da Paróquia de São Cristóvão, em Valinhos (SP), padre Maurício Inácio, explica que é justamente este momento que está representado na imagem do santo: ele carregando o Menino Jesus nos ombros e o Menino carregando em sua mão o globo terrestre.

São Cristóvão duvidou desta visão mística, então o menino Jesus pediu que ele enterrasse o seu cajado na beira do rio. No outro dia, o cajado se transformou numa palmeira, o que incentivou o santo a abandonar a travessia do rio e começar a anunciar o nome de Jesus. Esta história marca a conversão de Réprobo, que se torna Cristóvão – em latim “aquele que carrega Cristo”. 

Padroeiro dos viajantes e dos motoristas 

Padre Maurício pontua que o santo do dia é padroeiro dos viajantes e dos motoristas porque “atravessou o Menino Jesus e todos os que necessitavam”. Também porque o nome Cristóvão significa “portador de Cristo”. “Ele levava Jesus, ele portava Jesus aonde quer que ele fosse, o que é também uma imagem de todos os cristãos”.  

Após converter muitas pessoas, São Cristóvão foi condenado à morte pelo imperador Décio por anunciar corajosamente o nome do Jesus. Ele foi martirizado na Lícia, atual Turquia. 

Devoção no Brasil 

No Brasil, sobretudo nas paróquias que têm São Cristóvão como padroeiro, são realizadas carreatas com diversos automóveis – carros, motos e caminhões – com a procissão da imagem do santo. Elas são concluídas com uma benção aos motoristas e seus veículos. 

Tradicional carreata em honra a São Cristóvão  Foto PASCOM Paróquia São Cristóvão em Valinhos

Tradicional carreata em honra a São Cristóvão Foto PASCOM Paróquia São Cristóvão em Valinhos

Além disso, os devotos do santo costumam carregar na carteira,  junto com o documento de habilitação, uma pequena imagem de São Cristóvão impressa e uma oração.

O sacerdote explica que “os padres costumam fazer missas que antecedem o Dia de São Cristóvão, mas por ser dia de São Tiago, só é celebrado o dia de São Cristóvão nas paróquias cujo padroeiro é São Cristóvão. Para toda a Igreja é dia de São Tiago, apóstolo. Assim, aqui na paróquia de São Cristóvão, em Valinhos, nós faremos missas três dias que antecedem o dia de São Cristóvão (tríduo), e a carreata nós transferimos para o domingo seguinte”. 

Intercessão de São Cristóvão

Nelson Vedovatto, de 54 anos, conta que desde pequeno participa da festa do santo, em julho. Ele comenta que a carreata é uma prática devocional muito esperada pelos paroquianos: “Eu dizia que um dia teria meu caminhão para ir no desfile pedir as bênçãos de São Cristóvão. Quando cheguei na idade e me tornei motorista, já tinha meu caminhão e, desde então nunca mais deixei de participar. Já tive a graça de carregar São Cristóvão puxando o desfile”. 

Nelson Vedovatto na Paróquia São Cristóvão, em Valinhos - SP / Foto: arquivo pessoal

Nelson Vedovatto na Paróquia São Cristóvão, em Valinhos – SP / Foto: arquivo pessoal

O paroquiano compartilhou um episódio muito marcante em sua vida, onde São Cristóvão intercedeu por ele: “Em uma viagem, voltando de Minas Gerais, fui cercado por um carro, me fizeram refém e levaram meu caminhão. Fiquei em um cativeiro o dia inteiro e a todo momento quem estava me vigiando me dizia que a minha hora estava chegando. A única coisa que consegui fazer foi rezar para o nosso Senhor Jesus, pedindo pela minha vida”. Nelson revela que também pediu a intercessão de Nossa Senhora e São Cristóvão. “Pedi a ele, que atravessou as pessoas livrando-as do perigo do rio, que me livrasse daquele perigo também. Fui atendido e hoje tenho a certeza de que, com a intercessão de São Cristóvão, fui solto do cativeiro e pude voltar para a minha família”. 



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Redação O Fator Brasil

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Proposta fecha o cerco e institui políticas de segurança pública contra ocupações ilícitas do Movimento Sem Terra em todo Espírito Santo

Nos últimos dias, os capixabas amanheceram com as notícias de invasão de terra da empresa Suzano, município de Aracruz, uma mobilização arquitetada em todo o país. Para conter o avanço sistemático das invasões, o deputado estadual Wellington Callegari (PL) repropôs o projeto aprovado no ano passado na Assembleia Legislativa e posteriormente vetado pelo governador.

O parlamentar explicou as motivações da reapresentação da medida: “Se o governador não tivesse vetado a nossa proposta, as propriedades rurais e os trabalhadores do campo estariam protegidos e amparados. Essa é uma questão de segurança jurídica, que precisa ser levada a sério, caso contrário, o Espírito Santo será laboratório desse grupo criminoso denominado de MST que usa o espantalho da reforma agrária para fomentar o terror”, disparou Callegari.

O deputado também recordou sobre o acordo entre os próprios parlamentares de “jogar duro” contra qualquer movimento que estimule as invasões de terra: “Nós deputados fizemos o compromisso de pegar pesado contra o Movimento Sem Terra, com a elaboração de diversos projetos de lei para conter e responsabilizar esse abuso em todo o Estado, inclusive um de minha autoria que criminalizava a ocupação de áreas públicas como beira de rodovias, escolas, quadras, etc. Projetos que foram apensados, formando um compilado de medidas. No entanto, o governo vetou o projeto que representava os anseios da classe rural”, complementou.

Reapresentação do Projeto de Lei e Pedido de Urgência

O novo Projeto de Lei 153/2025, além de criar a política estadual de segurança pública nas faixas de domínio, nas lindeiras dos trechos estaduais, municipais e em todas as rodovias federais delegadas ao Estado, também estabelece uma série de impedimentos aos invasores de propriedades, como, por exemplo: a proibição de se cadastrar para recebimento de auxílios, benefícios e programas sociais do Governo Estadual, participar de concursos públicos estaduais, contratar com o poder público estadual e, ainda, ser nomeado em cargos públicos comissionados.

Callegari ressaltou que o projeto será acompanhado de um pedido de urgência: “Acredito que os últimos acontecimentos que marcaram novas invasões vão fazer muita gente refletir e rever suas prioridades. É uma questão de ordem e segurança que está nas mãos da Assembleia e do governador do Estado”.

Projeto vetado pelo governador Renato Casagrande e mantido o veto na Assembleia por 7 deputados

No início de maio do ano passado, o governador devolveu o projeto à Assembleia com veto total, baseando-se nos pareceres da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e da Secretaria de Direitos Humanos.

Confira como votou cada deputado na época e quem foram os faltosos:

Pela derrubada do veto: 14 votos

Adilson Espíndula (PSD)

Alcântaro Filho (Republicanos)

Callegari (PL)

Capitão Assumção (PL)

Coronel Weliton (PRD)

Delegado Danilo Bahiense (PL)

Dr. Bruno Resende (União Brasil)

Engenheiro José Esmeraldo (PDT)

Hudson Leal (Republicanos)

Lucas Polese (PL)

Lucas Scaramussa (Podemos)

Pablo Muribeca (Republicanos)

Sérgio Meneguelli (Republicanos)

Zé Preto (PP)

Pela manutenção do veto: 7

Camila Valadão (PSol)

Dary Pagung (PSB)

Denninho Silva (União Brasil)

Iriny Lopes (PT)

João Coser (PT)

Mazinho dos Anjos (PSDB)

Tyago Hoffmann (PSB)

Abstenção: 1

Marcelo Santos (Podemos) – não votou por ser o presidente.

Presente, mas não votou: 1

Theodorico Ferraço (PP)

Ausentes: 7

Alexandre Xambinho (Podemos)

Alan Ferreira (Podemos)

Bispo Alves (Republicanos)

Gandini (PSD)

Janete de Sá (PSB)

Raquel Lessa (PP)

Vandinho Leite (PSDB)

Idosos, crianças e até mesmo pessoas acamadas correm o risco de serem colocadas na rua pela prefeitura de Vila Velha

A situação das 700 famílias da Cidade de Deus na Grande Região 5 de Vila Velha é alarmante. A qualquer momento, elas podem ser despejadas e terem suas casas derrubadas pela Secretaria de Obras da prefeitura, um tormento de 20 anos.

O vereador Pastor Fabiano (PL) visitou o local e entrou na briga para defender o direito à moradia das famílias: “Quero deixar claro que sou contra todo e qualquer tipo de invasão de área pública ou privada. Porém, a situação dos moradores da Cidade de Deus é um caso à parte, pois o poder público, no caso a prefeitura de Vila Velha, deixou os moradores ficarem e hoje é uma questão de humanidade. São 700 famílias carentes, incluindo muitos idosos e crianças”.

Comissão de Direitos Humanos da OAB

Após se reunir com os moradores da Cidade de Deus, o vereador Pastor Fabiano vai levar o caso para a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Espírito Santo. Ele acredita que a OAB como entidade pode intervir na situação e moderar uma solução:

“Eu vou acionar todos os órgãos possíveis, inclusive a Ordem dos Advogados do Espírito Santo, para que os moradores não sejam prejudicados e tenham seus direitos preservados, afinal, eles estão aí há 20 anos. A área é um antigo lixão e foi realizado um estudo para avaliar os riscos. Mas, a atual administração da prefeitura de Vila Velha não deu sequência ao estudo e nenhuma outra solução foi construída”, destacou o parlamentar.

Ele também falou que, após a legalização da área, vai elaborar um projeto para a estruturação do bairro e buscar melhorias: “O que temos ali é um quadro de total abandono. Não existe a mínima infraestrutura e investimento da prefeitura. O bairro precisa de urbanização e de uma intervenção urgente das autoridades públicas. Jogar 700 famílias na rua é um ato cruel e desumano. O prefeito deveria cuidar dessas pessoas sem distinção”, apontou Fabiano.

Novas Reuniões e Criação de Comissão dos Moradores

Novos encontros serão agendados entre o vereador e os moradores. Também está prevista a criação de uma comissão dos moradores para representar as 700 famílias que podem ser despejadas.

Segundo a denúncia do vereador da Serra, Antônio Carlos, a situação é recorrente e preocupa a população

Espaços insalubres, equipamentos quebrados e ambientes propícios à proliferação de inúmeras bactérias. Esse é o cenário do Hospital Meridional da Serra, relatado pelo vereador Antônio Carlos, que fez questão de registrar por meio de vídeo o caos encontrado.

As imagens mostram baratas andando por cima das bandejas usadas para servir as comidas dos pacientes que estão internados. A situação chama tanto a atenção que larvas foram encontradas no meio da alimentação, causando revolta nos acompanhantes. A própria funcionária do hospital alerta que a comida não está boa, assim como o próprio suco, um total desrespeito com o público.

Vigilância Sani Público e ANS serão acionados

Órgãos de controle e a Agência Nacional de Saúde serão provocados pelo parlamentar, tendo em vista que a Rede Meridional cobra pelos serviços prestados aos seus clientes, por meio de planos mensais de saúde.

Antônio Carlos afirmou que os elevadores também estão danificados e o ar condicionado funciona precariamente, razões suficientes para acionar a Vigilância Sanitária, Ministério Público e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regula e fiscaliza as empresas de plano de saúde.

Crise financeira e serviços reduzidos da Rede Meridional

No ano passado, a rede de hospitais Kora Saúde, que controla o Hospital Meridional, pediu mais prazo para renegociar uma dívida astronômica de 1,5 bilhão, um endividamento que pode ser a causa da queda da qualidade e da redução de serviço.

Segundo informações, com o agravamento e o crescimento da dívida, o caixa do grupo Kora encontra-se estrangulado e sem a mínima capacidade de controlar novos gastos, o que limita ainda mais o fluxo de investimentos em novos equipamentos hospitalares, contratação de novos profissionais da área da saúde e manutenção estrutural das unidades, situação que reflete diretamente na prestação de serviço e atendimento aos associados, conveniados e a população em geral.

Lembrando que o grupo Kora Saúde adquiriu toda Rede Meridional em 2018. Três anos depois, o grupo estreou na Bolsa com alta valorização, cerca de R$ 769,9 milhões. No entanto, a parte de gestão do grupo parece que não manteve o ritmo inicial e começou a acumular dívidas e centenas de processos judiciais, atingindo diretamente o caixa da empresa e comprometendo a consolidação do grupo Kora Saúde.

Confira os vídeos a seguir, gravados pelo próprio vereador:

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