A Justiça argentina confirmou nesta quarta-feira (13) a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão por corrupção, além de sua desqualificação vitalícia para exercer cargos públicos. A decisão, tomada por unanimidade pelos juízes da Câmara IV da Câmara Federal de Cassação Penal, refere-se ao caso conhecido como “Estradas”, envolvendo acusações de fraude e má administração de recursos públicos.
Segundo as acusações, Kirchner teria favorecido o empresário Lázaro Báez, aliado próximo, com 51 contratos de obras públicas na província de Santa Cruz, reduto político dos Kirchner. As fraudes teriam ocorrido entre 2003 e 2015, com um desvio estimado em cerca de 85 bilhões de pesos argentinos, o equivalente a aproximadamente US$ 1 bilhão na época.
Segundo a investigação, as licitações eram manipuladas para beneficiar Báez, cujas empresas obtinham vantagens indevidas, incluindo contratos superfaturados e obras não concluídas. A defesa de Kirchner ainda pode recorrer à Suprema Corte argentina, última instância judicial do país.
A previsão é que o tribunal comece a analisar o caso apenas em 2025, o que impede a execução imediata da sentença. Se a condenação for confirmada, Kirchner, de 71 anos, poderá solicitar prisão domiciliar, benefício concedido a réus com mais de 70 anos.
A decisão também confirma as condenações de outros envolvidos, incluindo ex-servidores públicos que supostamente ajudaram no esquema de fraude. A Justiça afirmou que as ações configuraram uma “aliança criminosa” para desviar recursos públicos, destacando que a estrutura criada na administração possibilitou o enriquecimento de aliados políticos e causou danos ao Estado.