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Frei Gilson relata bloqueio de suas comunidades no WhatsApp

Depois de ter o recurso de transmissão ao vivo bloqueado em sua conta do Instagram na última semana, o Frei Gilson — que possui 5,4 milhões de seguidores na plataforma — relatou neste domingo (22) que suas comunidades do WhatsApp também foram bloqueadas. Segundo ele, o recurso era usado para “compartilhar a fé” com 50 grupos na rede social.

“Este post é para avisar que você não receberá mais minhas mensagens por lá e para esclarecer o que aconteceu”, escreveu esta manhã em sua página do Instagram. “Na verdade, já havia a intenção de abrir mais comunidades, pois muitas pessoas ainda queriam participar, mas o WhatsApp não tem permitido”, continuou.

No relato, o religioso afirmou que não utiliza robôs para enviar mensagens, ainda que esse uso seja permitido. “Todas eram enviadas manualmente, por mim mesmo, para todas as comunidades”, disse, relatando ainda que as transmissões ao vivo que realiza pelo Instagram continuam bloqueadas.

De acordo com ele, a plataforma informou no último dia 17 de setembro que o bloqueio de 30 dias para realização de lives seria resultado de uma falha técnica e que a função seria restaurada em breve.

No entanto, Frei Gilson não conseguiu retomar as transmissões pelo Instagram, onde, desde 15 de agosto, realizava lives diárias às 4 horas da manhã para rezar o rosário durante a Quaresma de São Miguel Arcanjo. Em vídeos publicados para relatar a situação, ele afirmou que as lives atraíam em média 60 mil espectadores simultâneos, com picos de até 90 mil pessoas.

Jurista chama os bloqueios de “censura”

O advogado constitucionalista André Marsiglia, especialista em liberdade de expressão, afirma que os bloqueios às contas do frei revelam ações de censura. Segundo ele, se alguma fala do religioso fosse ilícita, ele precisaria ser processado para, então, ter as redes bloqueadas.

“Jamais sua conta poderia ser impedida de funcionar dessa forma”, garante o jurista, pontuando que esse é o principal motivo da resistência em relação ao X, “única rede que não têm políticas internas que violam a liberdade de expressão”, afirma Marsiglia.

De acordo com ele, as demais plataformas excluem conteúdos, deletam contas e dão punições aos usuários que sequer sabem a razão das penalidades. “Isso é censura porque são políticas privadas das plataformas que violam a intenção da Constituição”, pontua o especialista.

Deputada federal denuncia “cristofobia”

Em suas redes sociais, a deputada federal Bia Kicis chamou os bloqueios às redes do frei de “cristofobia” e “ódio ao cristianismo”. “A gente sabe que a perseguição aos cristãos no mundo todo não é novidade, mas a gente se choca”, disse, ao afirmar que a censura prévia ao Frei Gilson cala milhares de fiéis que usam as plataformas do frei para se unir e rezar.

Ainda segundo a deputada, o religioso ele teria manifestado ser favorável à vida desde a concepção durante a última live realizada antes das suspensões. “Então, em uma noite ele fala na live contra o aborto e, no dia seguinte, está bloqueado para fazer live”, comentou. “Isso é gravíssimo”.

A deputada questiona ainda quais regras da plataforma teriam sido violadas pelo frei. “Isso precisa ser estabelecido porque nos parece a mais terrível perseguição religiosa, e a nossa Constituição garante o direito de crença”, pontuou.

Frei Gilson teria “transgredido” regras da plataforma

Segundo a postagem realizada pelo Frei Gilson neste domingo, o Instagram alegou que sua conta teria transgredido regras da plataforma. “O que nos deixa perplexos é que nunca nos dizem exatamente o que foi transgredido”, pontuou, afirmando que todos que o acompanham sabem que ele usa as redes sociais “exclusivamente para rezar e levar a Palavra de Deus. E me pergunto se é justamente isso que tem incomodado”.

A Gazeta do Povo questionou a Meta, responsável pelo Instagram e pelo WhatsApp, sobre os bloqueios nas contas do frei, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

A equipe também tentou contato com o religioso para pedir detalhes sobre os argumentos enviados pelas plataformas e sobre as ações tomadas por ele, mas ainda não obteve resposta.

Após bloqueios, frei fez repostagens sobre perseguição religiosa e aborto

Depois de anunciar os bloqueios em suas redes, Frei Gilson repostou um vídeo a respeito de perseguição religiosa. Na legenda, ele informa que o conteúdo foi gravado há dois anos e afirma que “entendedores entenderão”.

“Em todas as épocas, a igreja de Jesus é perseguida. Em todas as épocas, os cristãos são perseguidos”, afirma o religioso no vídeo, ao citar o livro bíblico de Mateus, capítulo 24, onde está escrito que Cristo disse aos apóstolos que eles seriam “objetos de ódio” por amarem a Jesus.

“E por que que o mundo nos odeia? Por que o mundo não suporta nossa fé?”, questionou o frei. “Porque o mundo tem que olhar para nós como sinal de contradição”, responde, ao explicar que o cristão prega os valores da Bíblia, de Jesus Cristo e da fé. “Por esses valores nós daremos a vida”.

O frei ainda fez outra postagem com imagens de conteúdos que publicou há três anos, e revelou que apenas o vídeo com a temática “Aborto numa perspectiva espiritual” recebeu notificação do YouTube dizendo que não era possível tratar desse tema.

“O mais curioso é que, em três anos, esse vídeo não chegou a 150 mil visualizações”, disse, ao citar que outras publicações da mesma época ultrapassaram 1 milhão de visualizações.

De acordo com ele, o conteúdo não foi tratado sob perspectiva política, mas sob a perspectiva de fé, já que a Igreja sempre tratou de questões morais. “Ora, se os cristãos não podem mais falar sobre moralidade, onde vamos parar?”, indagou. “Estamos testemunhando uma grande inversão de valores”, finalizou.



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Redação O Fator Brasil

O Fator Brasil é um portal de notícias que acredita no Jornalismo comprometido com a verdade dos fatos e com a ética, trazendo sempre os principais acontecimentos do Espírito Santo.

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Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal da Serra, do dia 14 de maio, o vereador Pastor Dinho (PL) foi alvo de um ataque ofensivo e racista por parte de manifestantes presentes na galeria. Um dos cartazes exibidos o chamava de “Pastor Capitão do Mato”, expressão historicamente associada à repressão de negros escravizados — considerada profundamente ofensiva, especialmente contra um parlamentar negro, evangélico e defensor de pautas conservadoras.

O ataque aconteceu na frente da vereadora Raphaela Moraes (PP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que assistiu à cena sem qualquer manifestação de repúdio ou solidariedade.

O vereador repudiou o ato, afirmando que foi vítima de racismo e cobrou providências imediatas.

Fui atacado não só como vereador, mas como homem negro, pastor e cidadão.” disse Pastor Dinho.

Abrindo um comparativo, vale lembrar o caso de Ciro Gomes, que em 2020 foi condenado judicialmente por ter chamado o vereador paulistano Fernando Holiday de “capitão do mato” durante uma entrevista. À época, a Justiça reconheceu o caráter racista da expressão e determinou que o ex-presidenciável pagasse indenização ao parlamentar. O episódio serve como precedente jurídico e reforça a gravidade do que ocorreu na Câmara da Serra.

A omissão e ausência de posicionamento da Comissão de Direitos Humanos diante de um caso claro de racismo gerou indignação e levantou questionamentos sobre o comprometimento institucional do colegiado com a defesa dos direitos fundamentais, principalmente quando o alvo pertence a um espectro político diferente.

Confirmação no Rio Grande do Sul acende alerta sanitário, mas Ministério da Agricultura garante que não há riscos para o consumo de carne e ovos

O vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) ultrapassou uma barreira inédita no Brasil: chegou, pela primeira vez, a uma granja comercial. O foco foi identificado em um matrizeiro — estrutura voltada à produção de ovos férteis — no município de Montenegro, região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A confirmação foi divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Ministério da Agricultura.

“Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa”, informou a pasta, em nota oficial.

Apesar do alerta, o governo federal foi direto em acalmar os consumidores: o consumo de carne de aves e ovos permanece seguro.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, esclareceu o ministério.

A confirmação do foco ativou o Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. Equipes de vigilância já estão em campo para aplicar as medidas de contenção e erradicação previstas no protocolo, com o objetivo de proteger o setor produtivo e preservar o abastecimento.

“As medidas visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”, acrescentou a pasta.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e os parceiros comerciais do Brasil também serão oficialmente comunicados.

Embora a presença do vírus em aves silvestres tenha sido registrada desde 2023 — com 163 ocorrências em animais selvagens e três em criações caseiras, segundo a plataforma oficial de monitoramento — até agora o sistema de produção comercial seguia intacto. Há ainda três novos casos em análise.

O Ministério da Agricultura destacou que o Brasil se preparou ao longo de duas décadas para esse tipo de cenário. Segundo a nota, o Serviço Veterinário Oficial foi treinado e equipado desde os anos 2000 para enfrentar emergências sanitárias envolvendo a gripe aviária.

“Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil. Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos”, destacou o ministério.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e mantém protocolos rígidos para garantir a sanidade do rebanho aviário. A confirmação do caso comercial não implica, até o momento, em barreiras automáticas ao comércio exterior, mas reforça a necessidade de vigilância redobrada nos próximos meses.

Com taxa nacional em 7%, levantamento do IBGE revela crescimento da informalidade, disparidades regionais e diferença acentuada entre grupos sociais

A lenta recuperação do mercado de trabalho brasileiro sofreu novo revés no primeiro trimestre de 2025. Dados divulgados nesta sexta-feira (16) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, indicam que o desemprego cresceu em 12 estados e manteve-se estável nos demais, elevando a taxa nacional de desocupação de 6,2% — registrada no último trimestre de 2024 — para 7%.

Na ponta mais frágil da lista estão Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). Do outro lado, com os menores índices de desemprego, aparecem Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).

Os números, no entanto, não se resumem às variações percentuais entre estados. Eles carregam contrastes mais profundos. As mulheres enfrentam uma taxa de desocupação de 8,7%, enquanto entre os homens o percentual é de 5,7%. Entre os brasileiros pretos, o desemprego chega a 8,4%. Entre os pardos, 8%. Já entre os brancos, fica em 5,6%.

O grau de escolaridade também pesa: quem tem ensino médio incompleto enfrenta uma taxa de desocupação de 11,4%. Para quem concluiu o ensino superior, o índice cai para 3,9%.

A informalidade segue como marca estrutural do mercado de trabalho no país. Segundo o IBGE, 38% dos trabalhadores atuam sem registro em carteira ou CNPJ. Os estados do Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%) concentram as maiores taxas. Já Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%) registram os menores percentuais.

Apesar das dificuldades, alguns estados mantêm alto nível de formalização. Santa Catarina lidera com 87,8% dos empregados do setor privado com carteira assinada. São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%) também figuram entre os melhores índices.

Outro dado relevante do levantamento é a taxa de trabalhadores por conta própria: 25,3% dos brasileiros atuam como autônomos, realidade mais comum em Rondônia (35,6%) e Maranhão (32,7%).

O retrato do início de 2025 aponta um mercado desigual, pressionado por informalidade, regionalismo e barreiras históricas que dificultam o acesso ao emprego formal. Para grande parte da população, especialmente a que vive fora dos grandes centros, a recuperação ainda parece distante.

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