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Estátua da Justiça em Brasília: a história da escu…

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Com pouco mais de 3 metros de altura e talhada em um bloco monolítico de granito, a escultura A Justiça é uma das mais populares entre os turistas que visitam a Praça dos Três Poderes, em Brasília, no Distrito Federal. Infelizmente, a mesma obra se revelou um desafeto dos extremistas que são contra o STF e a democracia. No fatídico 8 de Janeiro do ano passado, a estátua foi vítima de vandalismo dos invasores do prédio do Supremo Tribunal Federal, e, na noite desta quarta-feira, 13, foi alvo do atentado cometido pelo chaveiro Francisco Wanderley Luiz, que morreu logo após jogar bombas caseiras contra o monumento e a construção que abriga o STF.

A escultura passou por ambos os eventos dramáticos e se mantém incólume no mesmo local desde que foi instaurada ali, em 1961, pelo artista plástico mineiro Alfredo Ceschiatti (1918-1989). Amigo do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), Ceschiatti possui diversas obras espalhadas por Brasília, São Paulo e também em Minas Gerais — sua parceria com Niemeyer começou quando, em 1944, ele fez sob encomenda para o arquiteto o baixo-relevo da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha. Inspirado em mestres do concretismo como Max Bill (1908-1994) e na obra de vanguardistas da escultura, caso do cubista Henri Laurens (1885-1954) e do neoclássico Aristide Maillol (1861-1944), Ceschiatti bebeu dessas referências para compor sua obra de aparência rústica, com alto teor simbólico e principalmente representado por figuras femininas.

Explosões STF
Área em frente ao STF fica isolada pela polícia após explosões – 13/11/2024 (EVARISTO SA/AFP)
Golpistas invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro
Golpistas invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No caso de A Justiça, ele se inspirou em deusas greco-romanas: a principal delas é Têmis, divindade grega que representa a Justiça e é comumente representada em pé e altiva, com uma balança em uma mão e uma espada na outra. A outra é a deusa Iustitia, vertente romana de Têmis, também com uma balança nas mãos, mas com olhos vendados e, por vezes, apresentada em posição de repouso. A balança significa equilíbrio na hora de julgar dois lados, enquanto a espada é a lei e os olhos tapados a imparcialidade. Na releitura feita por Ceschiatti, a Justiça está sentada, de olhos vendados e com a espada repousada sobre o colo. Uma interpretação comum é que a estátua está em posição pacífica diante de um país então estável, logo, não demanda uma pose de ataque. Há também a leitura pouco elogiosa de que a pose da escultura se tornou um retrato da lentidão e do cansaço da Justiça do país. Seja qual for a leitura, a obra de arte ainda sobrevive em meio ao caos. 

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Redação O Fator Brasil

O Fator Brasil é um portal de notícias que acredita no Jornalismo comprometido com a verdade dos fatos e com a ética, trazendo sempre os principais acontecimentos do Espírito Santo.

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Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal da Serra, do dia 14 de maio, o vereador Pastor Dinho (PL) foi alvo de um ataque ofensivo e racista por parte de manifestantes presentes na galeria. Um dos cartazes exibidos o chamava de “Pastor Capitão do Mato”, expressão historicamente associada à repressão de negros escravizados — considerada profundamente ofensiva, especialmente contra um parlamentar negro, evangélico e defensor de pautas conservadoras.

O ataque aconteceu na frente da vereadora Raphaela Moraes (PP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que assistiu à cena sem qualquer manifestação de repúdio ou solidariedade.

O vereador repudiou o ato, afirmando que foi vítima de racismo e cobrou providências imediatas.

Fui atacado não só como vereador, mas como homem negro, pastor e cidadão.” disse Pastor Dinho.

Abrindo um comparativo, vale lembrar o caso de Ciro Gomes, que em 2020 foi condenado judicialmente por ter chamado o vereador paulistano Fernando Holiday de “capitão do mato” durante uma entrevista. À época, a Justiça reconheceu o caráter racista da expressão e determinou que o ex-presidenciável pagasse indenização ao parlamentar. O episódio serve como precedente jurídico e reforça a gravidade do que ocorreu na Câmara da Serra.

A omissão e ausência de posicionamento da Comissão de Direitos Humanos diante de um caso claro de racismo gerou indignação e levantou questionamentos sobre o comprometimento institucional do colegiado com a defesa dos direitos fundamentais, principalmente quando o alvo pertence a um espectro político diferente.

Confirmação no Rio Grande do Sul acende alerta sanitário, mas Ministério da Agricultura garante que não há riscos para o consumo de carne e ovos

O vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) ultrapassou uma barreira inédita no Brasil: chegou, pela primeira vez, a uma granja comercial. O foco foi identificado em um matrizeiro — estrutura voltada à produção de ovos férteis — no município de Montenegro, região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A confirmação foi divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Ministério da Agricultura.

“Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa”, informou a pasta, em nota oficial.

Apesar do alerta, o governo federal foi direto em acalmar os consumidores: o consumo de carne de aves e ovos permanece seguro.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, esclareceu o ministério.

A confirmação do foco ativou o Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. Equipes de vigilância já estão em campo para aplicar as medidas de contenção e erradicação previstas no protocolo, com o objetivo de proteger o setor produtivo e preservar o abastecimento.

“As medidas visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”, acrescentou a pasta.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e os parceiros comerciais do Brasil também serão oficialmente comunicados.

Embora a presença do vírus em aves silvestres tenha sido registrada desde 2023 — com 163 ocorrências em animais selvagens e três em criações caseiras, segundo a plataforma oficial de monitoramento — até agora o sistema de produção comercial seguia intacto. Há ainda três novos casos em análise.

O Ministério da Agricultura destacou que o Brasil se preparou ao longo de duas décadas para esse tipo de cenário. Segundo a nota, o Serviço Veterinário Oficial foi treinado e equipado desde os anos 2000 para enfrentar emergências sanitárias envolvendo a gripe aviária.

“Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil. Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos”, destacou o ministério.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e mantém protocolos rígidos para garantir a sanidade do rebanho aviário. A confirmação do caso comercial não implica, até o momento, em barreiras automáticas ao comércio exterior, mas reforça a necessidade de vigilância redobrada nos próximos meses.

Com taxa nacional em 7%, levantamento do IBGE revela crescimento da informalidade, disparidades regionais e diferença acentuada entre grupos sociais

A lenta recuperação do mercado de trabalho brasileiro sofreu novo revés no primeiro trimestre de 2025. Dados divulgados nesta sexta-feira (16) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, indicam que o desemprego cresceu em 12 estados e manteve-se estável nos demais, elevando a taxa nacional de desocupação de 6,2% — registrada no último trimestre de 2024 — para 7%.

Na ponta mais frágil da lista estão Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). Do outro lado, com os menores índices de desemprego, aparecem Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).

Os números, no entanto, não se resumem às variações percentuais entre estados. Eles carregam contrastes mais profundos. As mulheres enfrentam uma taxa de desocupação de 8,7%, enquanto entre os homens o percentual é de 5,7%. Entre os brasileiros pretos, o desemprego chega a 8,4%. Entre os pardos, 8%. Já entre os brancos, fica em 5,6%.

O grau de escolaridade também pesa: quem tem ensino médio incompleto enfrenta uma taxa de desocupação de 11,4%. Para quem concluiu o ensino superior, o índice cai para 3,9%.

A informalidade segue como marca estrutural do mercado de trabalho no país. Segundo o IBGE, 38% dos trabalhadores atuam sem registro em carteira ou CNPJ. Os estados do Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%) concentram as maiores taxas. Já Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%) registram os menores percentuais.

Apesar das dificuldades, alguns estados mantêm alto nível de formalização. Santa Catarina lidera com 87,8% dos empregados do setor privado com carteira assinada. São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%) também figuram entre os melhores índices.

Outro dado relevante do levantamento é a taxa de trabalhadores por conta própria: 25,3% dos brasileiros atuam como autônomos, realidade mais comum em Rondônia (35,6%) e Maranhão (32,7%).

O retrato do início de 2025 aponta um mercado desigual, pressionado por informalidade, regionalismo e barreiras históricas que dificultam o acesso ao emprego formal. Para grande parte da população, especialmente a que vive fora dos grandes centros, a recuperação ainda parece distante.

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